O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (17) o fim da obrigatoriedade do uso das máscaras em locais fechados em São Paulo. Ao Brasil Urgente, ele contou que a decisão foi tomada após reunião do Comitê de Saúde, com base na queda de internações e ocupações de leitos de UTI por Covid-19 e no avanço da vacinação de adultos e crianças.
O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial. O texto determina, no entanto, que o uso da máscara segue obrigatório em alguns espaços públicos e privados. Aqui você confere todas as regras.
Onde não é obrigatório usar máscara?
As máscaras de proteção deixam de ser obrigatórias e passam a ser opcionais em ambientes fechados no estado de São Paulo, como escritórios, comércios, salas de aula, academias, shoppings, restaurantes e estádios de futebol.
Vídeo: Secretário de Saúde tira dúvidas
Onde continua sendo obrigatório?
O uso de máscaras continua sendo exigido no transporte público (ônibus, trens e metrôs), incluindo nas plataformas de embarque e desembarque.
A exigência segue valendo também para aviões e aeroportos, segundo determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a responsável pelo controle dessas áreas.
Além disso, a máscara continua sendo obrigatória em locais destinados à prestação de serviços de saúde, sejam eles públicos ou privados, como hospitais, consultórios, clínicas e laboratórios.
Atenção para as regras dos municípios
Vale lembrar que as cidades ficam livres para seguir totalmente o decreto do governo do estado ou continuar com as próprias regras. Na capital paulista, por exemplo, o equipamento segue exigido em táxis e carros de transporte por aplicativo, mesmo o decreto estadual não fazendo essas especificações.
Vídeo: Máscaras ainda devem ser usadas em táxis e carros de app na capital
E nos ambientes abertos?
A flexibilização de máscaras em ambientes abertos já havia sido autorizada pelo governador no último dia 9 deste mês.
Alerta importante
Alguns especialistas ouvidos pela BandNews FM discordam da liberação do uso de máscaras em São Paulo.
Para o doutor Evaldo Stanislau, infectologista do Hospital das Clínicas da USP e diretor da Sociedade Paulista de Infectologia, existe uma melhora clara da pandemia no Brasil, mas os ambientes fechados facilitam muito a transmissão do coronavírus.
“Países como a Inglaterra, que têm uma cobertura vacinal muito parecida com a do Brasil, ao fazer essa liberação, tiveram um aumento no número de casos e internações. E a subvariante da Ômicron demanda cautela. Me parece uma medida inadequada.”
A infectologista do Hospital Emílio Ribas Rosana Richtmann lembrou que a imunização de crianças contra a Covid-19 ainda não atingiu o mesmo patamar dos adultos. Enquanto na população elegível a taxa passa de 90%, na faixa de 5 a 11 anos, cerca de 30% recebeu as duas doses.
“Nós temos que fazer campanhas, principalmente em relação aos pais, sobre a importância da vacinação das crianças. Especialmente agora, que estamos retirando esse escudo, que na minha opinião é muito importante. Isso, no mínimo, aumenta o risco de ser exposto ao vírus.”
Segundo eles, então, as pessoas que ainda não se sentirem seguras – seja por idade avançada, comorbidades ou convivência com amigos e familiares desses grupos – devem continuar usando máscaras de proteção, mesmo nos espaços em que elas deixaram de ser exigidas.