Periferia de Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Chegamos à casa da Jhennyfer, que mora com os quatro filhos. Fabiano e sara são os mais velhos, e os únicos que vão à escola.
Para as mais novas, a mãe não conseguiu uma escolinha perto de casa. As únicas opções eram muito distantes, e elas teriam que estudar em lugares diferentes.
“A minha filha de quatro anos ela fala ‘eu quero pra escola. Mãe, me ensinar a ler?’ Ela desse tamanho já fala ‘mãe, quero aprender a ler’. É a pior coisa do mundo. Não tem escola perto para você poder levar o seu filho ou sua filha. É muito complicado. Deveriam melhorar isso”, disse Jhennyfer Nunes.
A mãe estudou até a oitava série. Hoje faz supletivo e reconhece a importância da educação. “eu falo para eles: eu quero que vocês estudem, pra ser alguém na vida. Quero que vocês tenham um futuro melhor”, afirmou.
Mesmo com o ensino obrigatório a partir dos 4 anos, histórias como a dessa família se repetem. Cerca de 425 mil crianças de 4 a 5 anos aqui no brasil não frequentam a pré-escola.
O principal motivo alegado pelos pais, em 42% dos casos, é a dificuldade de acesso. O que inclui a distância e a falta de vagas em escolas ou creches.
A pesquisa é do movimento todos pela educação. A segunda maior causa (40%) é a falta de procura por matrículas - quando os responsáveis consideram as crianças novas demais para estudar ou preferem que elas fiquem em casa.
“Existem dois caminhos: criar mais escolas porque faltam lugares perto de quem precisa e fazer a busca ativa, conscientizar esses pais”, explicou a presidente executiva do “Todos pela Educação, Priscila Cruz.