A lei que permite a compra de vacinas contra a Covid-19 pelo setor privado vai auxiliar a imunização da população feita pelo SUS foi o que afirmou a deputada Celina Leão, relatora do projeto aprovado pela Câmara nesta semana, em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes nesta quinta-feira (08).
O texto manteve a exigência de que metade das doses compradas seja doada ao Ministério da Saúde. A outra parte pode ser usada de acordo com a necessidade da empresa apenas nos próprios funcionários e de forma gratuita.
Além disso, pela proposta, a ordem da vacinação deve seguir os critérios de prioridade estabelecidos no Programa Nacional de Imunizações, ou seja, os primeiros devem ser os que fazem parte dos grupos de risco.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, a deputada afirmou que a lei ganhou um mecanismo que pode acelerar a entrega de vacinas para toda a população.
“Eu acho que uma coisa é o privado querer doar para seu trabalhador para melhorar a economia e para salvar vidas, mas isso não pode vir na conta da população como um todo. Não pode ser retirado de toda a população. Nós proibimos esses quatro laboratórios que venderam para o Brasil, que é CoronaVac, Astrazeneca, Pfeizer e Jansen, de vender para o privado antes de entregar a dose para o governo federal. Se quiser vender vai ter que acelerar entregar mais rápido as doses que o governo está reclamando que não está tendo as entregas”, disse.
O projeto de lei prevê que o setor privado possa comprar vacinas que ainda não foram aprovadas pela Anvisa, desde que haja recomendação para uso da Organização Mundial da Saúde.
A deputada Celina Leão criticou a burocracia da agência brasileira para a liberação de mais imunizantes contra a Covid-19 no país.
“A Anvisa tem hora que é brincadeira. O povo morrendo e o povo na burocracia. Acho que a hora que chegar essas vacinas no Brasil a Anvisa vai fazer o sistema inverso. Pega a vacina já e começa a organizar para fazer a aprovação aqui dentro. O povo está morrendo. A gente tem que fazer alguma coisa de forma rápida. Não é mais a burocracia que tem que mandar no Brasil, é a necessidade”, falou a deputada.
O texto aprovado pela Câmara segue para análise do Senado antes de entrar em vigor.