Morto pela polícia, o assassino Lázaro Barbosa era a principal testemunha em uma investigação sobre uma rede criminosa de matadores de aluguel no Centro-Oeste do Brasil. As informações são de Camila Lopes, da rádio BandNews FM, em Brasília.
Lázaro era investigado por envolvimento de quatro pessoas da mesma família no começo de junho, em Ceilândia (DF): o casal Cláudio Vidal e Cleonice Marques, e os filhos Gustavo Vidal e Carlos Eduardo Vidal.
Para Fábio Alves, advogado da família das vítimas, as circunstâncias da captura e posterior morte do foragido indicam uma rede de envolvidos no caso.
“A morte de Lázaro não encerra de maneira nenhuma (as investigações). Está havendo uma investigação, tem outras pessoas envolvidas nesse caso. Na morte dele, foi encontrado um valor muito alto, me parece que R$ 4 mil. Isso é suficiente para saber que tem pessoas que financiavam Lázaro nas empreitadas criminosas dele”, disse.
A morte do foragido ocorreu após 20 dias de buscas no Entorno de Brasília. Além das mortes das quatro pessoas de Ceilândia, ele era acusado de mais de 30 crimes. O corpo de Lázaro Barbosa foi levado ao IML de Goiânia.
Ele foi capturado no bairro Itamaracá, em Águas Lindas de Goiás, onde mora a ex-sogra dele. Ao ser abordado por policiais, entre a noite de domingo e a manhã de segunda-feira, trocou tiros com os policiais.
“Ele foi para o mato. Fizemos o cerco. Ele tentou fugir ao cerco, e confrontou a equipe do major Edson. Trabalho coletivo. Graças a Deus, nenhum policial foi ferido. Na hora da abordagem, ele descarregou a pistola em cima dos policias. Não tivemos outra alternativa senão revidar”, informou o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda.
Vídeo: Lázaro me deu R$ 300 antes de fugir para a mata e ser morto
Lázaro chegou a ser levado com vida ao centro de operações em Girassol, povoado da cidade de Cocalzinho de Goiás, e posteriormente ao hospital em Águas Lindas, mas não sobreviveu. Com ele, os policiais encontraram duas armas, biscoitos, remédios, uma faca de R$ 4,4 mil em espécie. Para Miranda, “é mais uma prova de que tinha gente com ele dificultando nosso trabalho”.
“Hoje nós encerramos mais uma etapa, importantíssima. Com essa etapa, os chacareiros, a população daqui vai restabelecer sua normalidade. Mas ainda temos mais gente a buscar”, disse o secretário na segunda-feira. “Vamos atrás deles. Agora sai a força intensiva e fica o trabalho investigativo, até o último envolvido nesse crime.”
Na última quinta-feira (24), duas pessoas foram presas suspeitas de auxiliar a fuga de Lázaro: o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista e o caseiro Alain Reis de Santana. Com eles, os policiais encontraram duas armas de fogo e mais de 50 munições. Uma das armas seria produto de roubo. Os investigados já teriam tentado retirar o foragido do perímetro onde ocorriam as buscas.
Vídeo: Caseiro conta como foi ameaçado por Lázaro