Laudo aponta que PM matou torcedor do São Paulo após título da Copa do Brasil

Rafael dos Santos Tercilio Garcia foi atingido por um disparo de "bean bag”, munição utilizada pela PM, na região do Estádio do Morumbi

Da Redação

Laudo aponta que PM matou torcedor do São Paulo após título da Copa do Brasil
Munição bean bag, usada pela polícia, matou torcedor
Reprodução/Redes Sociais

Um relatório da Polícia Civil de São Paulo aponta que um policial militar foi o responsável por disparar tiro de "bean bag”, que matou o torcedor são-paulino Rafael dos Santos Tercilio Garcia, depois da final da Copa do Brasil, na região do Estádio do Morumbi, em 24 de setembro. 

Segundo o documento, a que o Grupo Bandeirantes teve acesso, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, diz que não foi possível observar o momento exato em que a vítima foi baleada. Porém, o órgão descreve a dinâmica do caso, além de “concluir no tocante autoria do crime investigado, individualizando, por sua vez, o atirador". 

A reconstituição da ocorrência pode ser feita utilizando uma série de imagens gravadas por testemunhas. O relatório mostra passo a passo o percurso de uma viatura específica em meio à confusão que ocorreu do lado de fora do Morumbi. 

Em determinado momento, os policiais aparecem com uma viatura e ao menos uma arma, semelhante a calibre 12, a arma apta ao disparo anti-motim ("bean bag"). Segundo o relatório, após a intervenção do agente suspeito de efetuar o disparo, Rafael foi localizado ferido no chão sendo socorrido por pessoas que estavam no local

“Registre-se que na imagem no 1 minuto e 24 segundos ao minuto 1 e 30 segundos é possível ouvir 05 (cinco) disparos de arma de fogo, aparentemente realizados pelo agente militar”, diz trecho do relatório da Polícia Civil. 

“Foi observado que o agente militar promove a recarga do armamento utilizado, demonstrando o recente emprego dos projeteis que estariam na câmara de disparo, conforme print de imagem abaixo, extraída da gravação”

Ainda segundo o relatório, a Polícia Civil apontou que uma das armas longas apresentou problemas de funcionamento. “Dessa maneira é possível observar que o policial em questão se abriga na parte de trás de um veículo branco, do lado oposto e distante de onde se deram os fatos. Simultaneamente, o policial acima destacado, no caso, o policial que teria efetuado os disparos, dirige-se para o local do evento, tomando a dianteira da viatura que escoltava”, diz trecho do documento. 

“Diante das constatações e análise das imagens, em especial a composição dos acontecimentos registrados por ângulos diversos, é possível concluir, com certa clareza, quanto a individualização do agente policial que efetuou o disparo que, em tese, vitimou Rafael Tercílio, pendente quanto a devida qualificação do agente miliciano que deverá ser esclarecido através de informações já solicitadas à Polícia Militar”, concluiu a Polícia Civil. 

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