Erick Fernandes é barbeiro, mas se arriscava como “coach”, dando dicas de como alcançar sucesso. Nas redes sociais ele levava uma vida de luxo e ostentação. Mas o que não mostrava para os seguidores é que o dinheiro na verdade vinha do crime organizado.

O delegado Cassiano Cabral, comenta que o padrão de vida levado pelo barbeiro não condizia com sua profissão. 

“O padrão de vida deles não condizia com a atividade profissional. Inclusive, eles vendem essa imagem de empresários bem-sucedidos mesmo sendo barbeiros e andando de Porsche, andando de veículos na casa de R$ 1 milhão”. 

Erick foi preso em Porto Alegre durante uma operação da delegacia de combate à lavagem de dinheiro. A polícia descobriu que ele e a família usavam a rede de barbearias “El Cartel Fernandes” para lavagem de dinheiro. Mais de R$ 33 milhões foram movimentados em apenas dois anos. 

Os valores foram obtidos por meio de ameaças e extorsão a pessoas humildes, que invadiram um loteamento em busca de moradia em Viamão, na Grande Porto Alegre. O grupo criminoso criou uma associação comunitária que cobrava, mensamente, R$ 326 dos moradores. Quem não pagasse o valor era expulso do lugar. 

A polícia também identificou que o esquema contava com traficantes de uma grande facção gaúcha. Além do empresário, oito pessoas foram detidas por participarem dos crimes. Os polícias gaúchos cumpriram 54 mandados de busca em cincos cidades no Sul e no Rio de Janeiro, onde ficava uma das sedes da barbearia. 

Os carrões ostentados pelo barbeiro nas redes sociais, foram apreendidos. Somados, o valor dos veículos chega a R$ 8 milhões.