A Terra tem cerca de 70% da sua superfície coberta por água. É conhecida como Planeta Azul. E ainda assim está cheia de mistérios em seus oceanos. De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), dos Estados Unidos, mais de 80% do oceano ainda não foi observado, explorado ou mapeado.
Cerca de 97% de toda a água da Terra está no oceano. Do que sobra, 2% está congelada nas calotas polares e geleiras. Menos de 1% é água doce, e uma pequena parte é vapor. De acordo com o National Geophysical Data Center, da NOAA, o oceano tem 1.338.000.000 km³ de água.
Além disso, acredita-se que conhecemos menos de 10% das espécies que habitam os oceanos.
Você sabia que há lagos no fundo do mar?
Sim e eles também são chamados de lagos de salmoura. Como estas formações têm uma salinidade maior, suas águas não se misturam com a água do mar, formando uma depressão claramente distinta do ambiente ao redor.
Algumas substâncias tóxicas podem ser encontradas nestes lagos submarinos, como o metano, que mata boa parte da vida selvagem que se aproxima. Mas há espécies adaptadas para este tipo de ambiente, como o mexilhão.
Qual é o ponto mais profundo do oceano?
A profundidade média do oceano é de 3,7 quilômetros. Mas o ponto mais profundo fica na Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico.
A “Depressão Challenger”, como se chama o local mais profundo do planeta, ficam em Guam e tem 10,9 quilômetros de profundidade. Ela recebeu este nome porque a primeira equipe a estimar a sua profundidade viajou a bordo do HMS Challenger, em 1875.
Qual é o ponto do oceano mais distante da terra?
Quem quiser se afastar de tudo e de todos, pode rumar para a coordenada 48°52.6'S 123°23.6'W ou, como é conhecido, o Ponto Nemo, que recebeu o nome em homenagem ao capitão Nemo, personagem do livro "Vinte mil léguas submarinas", de Júlio Verne.
Este ponto no Oceano Pacífico fica a 2.688 km da porção de terra mais próxima. Ao norte do Ponto Nemo está a Ilha Ducie, que faz parte das Ilhas Pitcairn. Motu Nui, que faz parte da Ilha de Páscoa, fica ao noroeste. E a Ilha Maher, que faz parte da Antártida, fica ao sul.
Há montanhas debaixo d'água?
Sim! E a maior delas é o Monte Pico, nos Açores, Portugal, segundo o Guinness - Livro dos Recordes.
Embora o Mauna Kea tenha o título de maior montanha do mundo, "apenas" 6 mil metros dele está embaixo d'água, contra 6,028 metros do Monte Pico, dando à montanha portuguesa o título de Maior Montanha subaquática.
O oceano tem diversas cadeias de montanhas, são exemplos: a dorsal Mesoatlântica, a dorsal de Reykjanes e a dorsal do Pacífico Oriental.
Há muitos tesouros no fundo do mar?
Sim, mas sob a perspectiva da arqueologia, não monetária. O oceano é um verdadeiro museu debaixo d'água. A National Geographic já chegou a estimar que há mais artefatos históricos no leito marinho do que em todos os museus do mundo juntos.
Recentemente, um mergulhador amador encontrou no Mediterrâneo uma espada que acredita-se ser da época das Cruzadas. Estima-se que ela tenha cerca de 900 anos e estava em uma enseada natural perto da cidade de Haifa, em Israel. Arqueólogos disseram que a região, provavelmente, seria ponto de abrigo de marinheiros daquela época.
Por causa da importância histórica, as leis de diversos países, incluindo o Brasil, definem os achados arqueológicos como patrimônio público e uma pessoa que seja pega tentando vender um artefato antigo pode ser presa.
No início deste ano, por exemplo, a Polícia Federal do Acre prendeu um homem que se intitulava "caçador de relíquias". Ele tentava vender pela internet garrafas do século 19. O material foi encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Tem ouro no oceano?
Tem, mas muita calma antes de vestir sua roupa de mergulho. De acordo com o NOAA, o ouro é muito diluído. Segundo estudos, há cerca de uma grama de ouro para cada 100 milhões de toneladas métricas de água do oceano no Atlântico e no norte do Pacífico.
Há ainda ouro não diluído, mas a dificuldade de encontrá-lo também é muito grande e não vale o esforço. Como o oceano é bastante fundo, depósitos de ouro ficariam a cerca de 2 ou 3 km de profundidade e ainda estariam incrustados nas rochas, ou seja, precisaria ser minerado. Além de tomar um tempo danado, o custo não vale a pena.
O que é a ilha do lixo?
A Ilha do lixo do Pacífico não é uma exatamente uma ilha, mas uma forma de se referir a uma imensa quantidade de lixo espalhada por uma porção de água entre os estados americanos do Havaí e da Califórnia, e que, estima-se, seja maior do que o Texas, embora o verdadeiro tamanho seja difícil de mensurar.
Correntes do oceano transportam todo tipo de lixo para a região. Há desde redes de pesca abandonadas a microplásticos, que são peças menores de 5 mm.
Já no oceano em geral, o tipo de lixo mais comum é a bituca de cigarro. A maioria dos filtros de cigarro são feitos de acetato de celulose, um material comparável ao plástico bastante difícil de se degradar. Os raios solares conseguem quebrar as fibras que formam o filtro em pedaços menores, mas não o suficiente para que ele se desmanche e desapareça completamente.
Oceanos produzem oxigênio?
Sim. Os cientistas estimam que entre 50 e 80% de todo o oxigênio produzido no planeta tenha origem nos oceanos. A maior parte desta produção é feita por algas e por bactérias que conseguem fazer fotossíntese.
Embora responda por boa parte do oxigênio no mundo, é importante ressaltar que a vida marinha absorve a maior da própria produção.
Por que o oceano é salgado?
Em termos gerais, o salgado do oceano tem duas fontes principais: a água que escorre da terra e as fissuras no leito marinho.
A chuva tem a água levemente ácida, que erode as rochas. Isso faz com que íons sejam liberados e eles são levados para o mar pelas correntes, segundo o NOAA. O cloreto e o sódio são os íons mais abundantes na água do mar.
Já as aberturas no leito marinho dão passagem para fluídos hidrotermais. A água do mar penetra nas fissuras e é aquecida pelo magma do centro da Terra. Após uma série de reações químicas, a água tende a perder oxigênio, magnésio e sulfatos e ganhar elementos como o zinco e cobre.
Parte dos sais também se originam em erupções vulcânicas debaixo d'água, que liberam minerais na água. A salinidade, geralmente, é menor nas regiões do Equador e dos polos.
Qual é o peixe mais rápido do mundo? E o maior?
O peixe mais rápido não é um consenso. Boa parte dos cientistas acredita que seja o peixe-vela, que poderia chegar a incríveis 109 km/h. Ele é um tipo de peixe de bico, assim como o peixe-espada e o peixe-lança. E tem um tipo de barbatana dorsal que é grande para o seu corpo, assim como uma vela para um barco. Eles nadam em grupo e comem peixes menores, crustáceos e cefalópodes, como polvos e lulas.
O tubarão-baleia (Rhincodon typus) é o maior peixe do mundo. Ele pode chegar a 12,2 metros e pesar até 40 toneladas, embora seja incomum encontrar indivíduos deste tamanho. Não se sabe ao certo quanto tempo estes animais podem viver, mas estima-se que seja algo entre 60 e 100 anos.
Ele gosta de águas mais quentes, podendo ser encontrado nas zonas tropical, sub-tropical e temperada. E, apesar do tamanho, alimenta-se principalmente de plânctons e pequenos moluscos, que pega ao nadar com a boca aberta.
Você consegue nomear os sete mares?
Tim Maia já cantou sobre os sete mares. Muitos já se gabaram por navegá-los. Mas nem todo mundo sabe quais são os sete mares de fato. Isso porque a resposta depende do período e lugar onde se pergunta.
Segundo registros da NOAA, a literatura grega identificava as seguintes localidades como sendo os sete mares: Egeu, Adriático, Mediterrâneo, Mar Negro, Mar Vermelho, Mar Cáspio e o Golfo Pérsico.
Na literatura europeia medieval também é possível encontrar referências aos sete mares se referindo ao: Mar do Norte, Báltico, Atlântico, Medierrâneo, Mar Negro, Vermelho e Arábico.
Mas a concepção de sete mares teria mudado após a chegada dos europeus à América do Norte, ficando assim: Ártico, Atlântico, Índico, Pacífico, Mediterrâneo, Caribenho e Golfo do México.
Hoje, a lista mais comum seria: Ártico, Atlântico Norte, Atlântico Sul, Pacífico Norte, Pacífico Sul, Índico e Antártico, que são comumente referidos como oceanos.