Kamala ou Trump? EUA vão às urnas escolher novo presidente

Campanha eleitoral dos EUA chega ao final com expectativa de disputa acirrada entre vice-presidente democrata e republicano de ultradireita.

Por Deutsche Welle

Eleitores dos Estados Unidos vão às urnas nesta terça-feira (05/10) para definir quem vai comandar a maior potência econômica e militar do mundo, num pleito que sinaliza ser acirrado.

Na disputa estão a atual vice-presidente e democrata Kamala Harris – que pode fazer história ao ser eleita a primeira mulher a ocupar a Casa Branca – e ex-presidente e republicano Donald Trump – que tenta protagonizar um retorno à Presidência quase quatro anos após deixar Washington em desgraça, na esteira de uma tentativa de golpe.

Não há previsão de quando os resultados serão divulgados por causa da natureza pulverizada do processo eleitoral americano, e a disputa pode se arrastar por alguns dias. Antes desta terça-feira, mais de 78 milhões já haviam votado antecipadamente. No peculiar sistema eleitoral indireto dos EUA, vence o candidato que obter no mínimo 270 votos no Colégio Eleitoral do país.

A votação também encerra um ciclo de campanha marcado por reviravoltas e tensões, incluindo a desistência da candidatura do atual presidente Joe Biden – que abriu caminho para Kamala Harris –, e duas tentativas de assassinato contra Trump. O pleito ainda ocorre em um cenário externo de tensão, com os EUA fortemente envolvidos no apoio a aliados que atualmente protagonizam conflitos: Israel e Ucrânia.

O resultado também deve provocar reverberações no mundo. Uma vitória de Kamala deve marcar a continuidade da maioria das políticas de Biden e ser bem-recebida na maioria dos países da Europa e no Brasil. Já uma vitória de Trump deve ser celebrada por setores da ultradireita mundial e potencialmente provocar reverberações negativas sobretudo na política de ajuda dos EUA à Ucrânia. Assim como ocorreu em 2020, Trump já sinalizou que também não pretende aceitar uma derrota, elevando a possibilidade de mais tensão após o encerramento do pleito.

Os estados que podem decidir as eleições americanas

Os Estados Unidos são compostos por 50 estados, mas nem todos têm o mesmo peso quando se trata de eleições. Enquanto, em princípio, se pode antecipar como os "estados seguros" votarão, os sete estados-pêndulo (swing states) estão "em cima do muro", podendo eleger o candidato democrata ou o republicano.

Seus votos podem decidir a eleição num sentido ou no outro, o que os torna atraentes na campanha. Eles são colocados sob o microscópio e ganham comícios de alto perfil e visitas numerosas dos candidatos, além de serem inundados por propaganda visando os indecisos.

Ao longo dos anos, a lista dos swing states tem variado, devido a fatores como população, características demográficas ou mudanças em questões culturais mais amplas. Contudo, para o eleitorado americano a economia continua sendo o fator mais importante de todos. O posicionamento em relação ao aborto também influenciará de forma significativa o resultado das urnas em todo o país, mas cada estado-pêndulo tem seu próprio conjunto de questões-chave.

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