Kamala critica Trump em primeiro comício de campanha

Em primeiro comício de campanha, vice-presidente contrastou seu histórico com o do rival republicano e caracterizou eleição presidencial como "escolha entre liberdade e o caos"

Por Deutsche Welle

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, criticou o ex-presidente Donald Trump e pregou que a eleição americana será uma "escolha entre a liberdade e o caos” nesta terça-feira (24/07), em seu primeiro comício após assumir a vaga de candidata do partido democrata à presidência.

"Donald Trump quer fazer nosso país retroceder”, disse Harris a uma multidão no município de Milwaukee, em Wisconsin, um estado considerado chave na eleição de 5 de novembro. "Queremos viver em um país de liberdade, compaixão e estado de direito, ou em um país de caos, medo e ódio?”, afirmou.

A vice-presidente contrastou seu histórico como procuradora-geral da Califórnia com o de Trump, primeiro presidente americano a ser condenado por crimes dolosos. "Nesta campanha, prometo a vocês que colocarei com orgulho meu histórico contra o dele [Trump] em qualquer dia da semana”, disse Harris em um enérgico discurso de 17 minutos.

"Enfrentei agressores de todos os tipos. Predadores que abusavam de mulheres. Fraudadores que roubaram consumidores. Trapaceiros que quebraram as regras para seu próprio ganho. Portanto, ouçam-me quando digo que conheço o tipo de Donald Trump”, completou.

Harris ainda prometeu que, se eleita, vai facilitar a filiação de trabalhadores a sindicatos e combater a violência vinculada ao uso de armas. Ela também enfatizou seu compromisso com os direitos reprodutivos, uma questão que atormenta os republicanos desde que a Suprema Corte dos EUA - formada por três juízes nomeados por Trump - eliminou o direito ao aborto em todo o país em 2022.

Comício contrasta com campanha de Biden

O comício aconteceu uma semana após a Convenção Nacional do Partido Republicano e foi um contraste com os eventos menores e mais moderados que o presidente dos EUA, Joe Biden, realizava antes de desistir do pleito. O público dançou e agitou cartazes de Harris, enquanto gritos de "Ka-ma-la!” eram ouvidos quando ela subiu ao palco.

Biden também esteve em Wisconsin, em 6 de julho, quando ainda tentava tranquilizar os democratas que estavam receosos após seu desempenho no debate de 27 de julho contra Trump.

Já a campanha de Trump tem corrido para mudar o foco dos ataques antes calibrados contra Biden. O ex-presidente tenta vincular Harris a algumas das políticas mais impopulares de Biden, incluindo a maneira como o governo administra os problemas de imigração na fronteira sul com o México.

Em uma coletiva de imprensa na terça-feira, Trump se disse confiante que pode derrotar Harris, observando que a candidatura presidencial anterior da vice-presidente, em 2020, nem sequer sobreviveu à primeira disputa denomeação em nível estadual.

O ex-presidente ainda se propôs a participar de debates com Harris. Ele e Biden tinham um novo debate agendado para 10 de setembro.

Uma pesquisa da Reuters/Ipsos realizada entre segunda e terça-feira mostra Harris na liderança, com 44% das intenções de voto, contra 42% de Donald Trump. A margem de erro é de três pontos percentuais.

gq (AP, Reuters)

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