A defesa do fundador da GAS Consultoria Bitcoin afirma que vai entrar com um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal contra a prisão dele. Glaidson Acácio dos Santos é acusado de fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas. Nesta sexta-feira (27), a Justiça Federal do Rio manteve a prisão preventiva do ex-garçom e de outros dois acusados.
O advogado de Glaidson, Thiago Minagé, afirma que discorda veementemente dos fundamentos utilizados na decisão.
O juiz Vitor Valpuesta decidiu ainda libertar Arthur dos Santos Leite e Guilherme Silva de Almeida.
Cinco pessoas foram presas em uma operação da Polícia Federal na última quarta-feira (25), no Rio e em São Paulo. Na casa de Glaidson, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, foram apreendidos mais de R$ 13 milhões em espécie, aproximadamente um milhão e trezentos mil reais em moeda estrangeira e 591 bitcoins, cujo valor chega a cerca de R$ 150 milhões.
Segundo a Polícia Federal, a empresa prometia 10% de retorno mensal aos investidores, o que seria insustentável, já que a previsão era baseada no contrato sem registro aos órgãos regulatórios vinculado à especulação no mercado de criptomoedas.
De acordo com as investigações, a empresa funcionava em um esquema de pirâmide: o investimento de novos clientes alimentava os ganhos dos investidores mais antigos.
Nesta quinta (26) e sexta-feira (27), clientes da GAS Consultoria realizaram manifestações em apoio a Glaidson e à empresa em Cabo Frio, na Região dos Lagos, onde fica a sede da GAS, em Niterói, na Região Metropolitana, e na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Eles afirmam que a GAS pagava os valores prometidos todos os meses.
O assessor de investimentos do Guia da Bolsa, Pedro Diego, explica que não há como dar garantias em esquemas de pirâmide financeira.
Há cerca de quatro anos, o investimento em bitcoins se tornou bastante popular. Mas especialistas afirmam que é preciso ter cautela para investir em criptomoedas por meio de empresas.
O especialista em bitcoins e membro fundador da Oxford Blockchain Foundation Rodrigo Borges diz que a aplicação em si é segura, mas que algumas companhias usam a boa fama dos ativos para enganar os clientes.
A defesa de Glaidson nega qualquer irregularidade. A defesa de Guilherme Almeida afirmou que a decisão da Justiça foi acertada e em consonância com a presunção de inocência.