Justiça dos EUA ordena que Steve Bannon comece a cumprir pena

Ex-conselheiro de Donald Trump foi condenado a quatro meses de prisão por desobedecer a uma convocação para depor em comitê que investigou ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio

Por Deutsche Welle

Steve Bannon, ex-conselheiro de Donald Trump
REUTERS/Elizabeth Frantz/File Photo

Um juiz federal dos Estados Unidos ordenou nesta quinta-feira (6) que o estrategista de ultradireita Steve Bannon, que foi assessor do ex-presidente Donald Trump, ingresse na prisão em 1º de julho para cumprir sua sentença por desacato ao Congresso.

Bannon foi condenado em outubro de 2022 a quatro meses de prisão por se recusar a comparecer perante o comitê que investigava o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio, que ocorreu enquanto o Congresso certificava a vitória de Joe Biden sobre Trump na eleição presidencial de 2020.

O ultradireitista, de 70 anos, é um dos dois ex-membros do círculo íntimo de Trump que está sendo processado por não participar da investigação do Congresso.

O segundo, o ex-assessor da Casa Branca Peter Navarro, foi preso em março para cumprir outra sentença de quatro meses.

Bannon recorreu de sua condenação, mas um tribunal federal de recursos no Distrito de Columbia manteve a setença em 10 de maio.

A sentença foi mantida em suspenso até o resultado do recurso, de acordo com a emissora NBC News.

O comitê queria que Bannon prestasse depoimento porque acreditava que ele tinha algum conhecimento prévio do que aconteceria em 6 de janeiro de 2021, quando milhares de apoiadores de Trump invadiram o Capitólio. Cinco pessoas morreram e cerca de 140 policiais ficaram feridos no ataque.

Por que Bannon havia sido intimado a testemunhar

Bannon foi um dos formuladores por trás da campanha presidencial de 2016 de Trump. Ele foi nomeado estrategista-chefe da Casa Branca em 2017, cargo que exerceu por alguns meses até ser demitido e romper com Trump. Depois, os dois se reaproximaram.

O Congresso americano tinha razões para acreditar que Bannon estaria envolvido no planejamento e na arrecadação de fundos para ajudar o então presidente americano a tentar reverter o resultado da eleição de 2020, vencida por Joe Biden.

A comissão parlamentar que investigava o ataque ao Capitólio o intimou a entregar quaisquer documentos relacionados a Trump ou seus aliados, como Rudy Giuliani, ou a grupos de extrema direita, como o Proud Boys e o Oath Keepers.

Bannon, que não detinha cargo público no momento do ataque e estava assessorando Trump em caráter não oficial, tentou se esquivar da intimação, alegando que estava sob a proteção do privilégio executivo de Trump, que impede a divulgação de conversas entre presidente e assessores.

Jps (EFE, DW, ots)

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