Justiça do AM proíbe Funai de fazer menções contra a trajetória de Dom e Bruno

Autarquia deverá garantir segurança aos servidores que atuam na região onde jornalista e indigenista foram assassinados

Da Redação

Dom Phillips e Bruno Araújo desaparecem no Vale do Javari, região do Amazonas Reprodução
Dom Phillips e Bruno Araújo desaparecem no Vale do Javari, região do Amazonas
Reprodução

A Justiça Federal do Amazonas atendeu ação movida pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e determinou que a Fundação Nacional do Índio (Funai), durante o processo de localização dos corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips, seja "obrigada a não adotar atos tendentes a desacreditar a trajetória do indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira e do Jornalista Dom Phillips'".

A Funai deverá também retirar do ar dos veículos oficiais de mídia a 'Nota de esclarecimento' assinada pelo presidente Marcelo Augusto Xavier da Silva por conter afirmações incompatíveis com a realidade dos fatos e com os direitos dos povos indígenas.

Ao presidente da Funai fica determinado que se abstenha de praticar qualquer ato que possa ser considerado atentatório à dignidade dos desaparecidos ou que implique em injusta perseguição à União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) ou aos servidores da Funai que trabalham no Vale do Javari.

A Funai deverá ainda adotar medidas para o envio imediato de forças de segurança pública específicas para a garantir a integridade física dos seus servidores e dos povos indígenas em todas as Bases de Proteção do Vale do Javari – Quixito, Curuçá e Jandiatuba, bem como as sedes das CRs do Vale do Javari e Coordenação da Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari.

Suspeitos confessam crime

Um dos suspeitos presos pelo desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira, confessou nesta quarta-feira (15) o crime para a Polícia Federal. Osoney da Costa disse que ele e Amarildo dos Santos mataram Dom Phillips e Bruno Pereira no dia 5 após serem flagrados e fotografados por eles pescando ilegalmente

Dom e Bruno foram rendidos e mortos pela dupla. Os corpos foram decepados, esquartejados e queimados, e depois jogados em uma vala na região do Vale do Javari, na Amazônia.

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