A Justiça de São Paulo determina que o Estado pague pela transferência para UTI de pacientes internados com a Covid-19 em Taboão da Serra. As informações são do Bruno Capozzi, da BandNews FM.
Familiares daqueles que estão em leitos de emergência reclamam da falta de informações sobre o tempo de espera para serem realocados em uma unidade de tratamento intensivo.
A ouvinte Isabela Guimarães entrou em contato com a BandNews FM e contou a história da família dela. A mãe Iraci, de 63 anos, começou a ter sintomas leves da Covid-19, como tosse e dor no corpo, no último dia 4, uma quinta-feira.
No domingo, dia 7, ela testou positivo e foi atendida em uma unidade de saúde de Taboão da Serra. Inicialmente, foi aconselhada a ficar em casa porque a saturação de oxigênio estava normal, mas, na terça-feira passada, o quadro piorou e a dona Iraci foi internada.
Desde quinta, está intubada na UPA Doutor Akira Tada e aguarda por um leito de UTI. O pai dela, José Guimarães, de 70 anos, estava com sintomas leves da Covid-19, mas, também teve uma piora no estado de saúde e agora precisa de uma vaga na terapia intensiva.
Os dois estão registrados na CROSS - Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde. O papel da CROSS é identificar vagas em hospitais próximos para a transferência dos pacientes.
No sábado (13), a Justiça de São Paulo determinou que o Governo do Estado providenciasse a transferência de 17 pessoas que estavam na fila por um leito de UTI em Taboão da Serra.
O prazo era de 24 horas; o nome de Iraci Guimarães está na lista, mas a família não tem nenhuma atualização.
A Secretaria Estadual de Saúde foi questionada sobre a fila por leitos de UTI e sobre o atraso da CROSS em identificar vagas disponíveis e informou que está apurando o caso.
A Prefeitura de Taboão da Serra diz que tem agora 21 solicitações no sistema da CROSS para transferência.
Em nota, a gestão municipal afirma que, mesmo com a decisão judicial para que o Estado providencie 17 vagas em UTIs para Taboão, foram realizadas apenas três transferências ontem.
Pacientes foram realocados para os hospitais Guarapiranga, Cotia e Emílio Ribas. Catorze pessoas já morreram na cidade enquanto aguardavam por uma unidade de terapia intensiva.