A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão preventiva da mãe e da madrasta de uma menina de seis anos, que foi espancada em Porto Real, no Sul Fluminense. A decisão foi expedida pelo juiz Marco Aurélio da Silva Adania, durante audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (21). As informações são de Ryan Lobo, da BandNews FM.
O magistrado levou em consideração a gravidade das lesões encontradas na pequena Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, que apresenta "hemorragia intracraniana inoperável e sério risco de vir a óbito ou permanecer em estado vegetativo". A menina está em coma em uma unidade particular de Resende, município vizinho, e tem quadro de saúde considerado grave, mas estável.
A criança sofreu agressões por três dias consecutivos da mãe, Gilmara Oliveira de Farias, de 27 anos, e da madrasta, Brena Luane Barbosa Nunes, de 25. Na segunda-feira passada (19), a menina precisou ser intubada após espancada com socos, pontapés e golpes com fios, após ter deixado um copo de leite cair no chão. No mesmo dia, Ketelen foi empurrada contra a parede e contra um barranco de 7 metros de altura. Ela foi socorrida após a avó materna acionar o SAMU.
No hospital, a mãe e a madrasta alegaram que uma madeira havia caído na cabeça de Ketelen, e que ela teria "ficado estranha", mas os médicos constataram que as lesões eram características de agressões. A Polícia Militar foi acionada, e levou as mulheres para a delegacia. Elas confessaram o crime e alegaram que agrediram a menina por causa do mau comportamento dela. A madrasta, Brena Luane, possui outras anotações criminais, inclusive por crimes da mesma natureza.
Gilmara e Brena Luane se conheceram em uma rede social em outubro de 2019, e, depois de 9 meses, foram morar juntas, em Porto Real. A mãe de Ketelen disse aos policiais em depoimento que no mês seguinte, Brena Luane mudou o comportamento e ficou agressiva, tendo sido vítima de diversos episódios de agressões. Ela diz que não denunciou a companheira por medo.
Em outubro do mesmo ano, Gilmara disse que a namorada começou a sentir ciúmes da criança, alegando que recebia menos atenção do que Ketelen. Desde então, segundo a mãe, começaram os episódios de tortura, que se estenderam entre os dias 16 e 19 de abril. Gilmara disse ainda que todas as agressões foram flagradas pela mãe de Brena Luane, Rosângela, que mora com o casal. Ainda segundo Gilmara, Ketelen vinha se alimentando há um mês por apenas uma ou duas vezes por dia, por decisão de Brena.