No segundo dia de julgamento dos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de matar Marielle Franco e Anderson Gomes, a promotoria afastou a tese de que o assassinato do motorista foi “por acidente”. Além disso, a acusação afirma que os envolvidos também queriam matar a assessora Fernanda Chaves, única sobrevivente do atentado.
Durante a réplica da acusação, foi apresentado um vídeo do depoimento do presidente da Confederação de Tiro e Caça do Brasil. Nele, Fernando Humberto afirma que a arma do crime, uma MP5, não causaria uma rajada a ponto de matar mais pessoas além de Marielle.
"A arma não mexe, qualquer lugar que você atire, você nota que ela é suave. Não era necessário tantos tiros, ela é precisa. Se ele fosse expert, como é, ele daria apenas três tiros", avaliou Fernando Humberto.
Na opinião do também perito, ou Ronnie Lessa não era um exímio atirador, ou ele tinha o objetivo de matar mais pessoas, já que os tiros se espalharam. A declaração foi usada pela promotoria para convencer os jurados de que Fernanda Chaves também sofreu uma tentativa de homicídio.
Testemunha de defesa é suspeita de tráfico internacional de armas
Fernando Humberto não foi chamado para ser testemunha de defesa ou acusação neste júri. A razão, pontuada pela promotoria, é que Humberto é foragido da Justiça desde 2015 pelo crime de calúnia. Ele foi testemunha do caso em 2020, mas não saiu preso após o depoimento.
Humberto também é investigado por tráfico de armas entre o Brasil e Estados Unidos. O grupo que Fernando é suspeito de integrar também é suspeito de fazer comércio clandestino de materiais bélicos a facções e milícias no Rio de Janeiro.
Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco
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