O ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou que a minuta golpista encontrada em sua casa é um documento descartável, durante depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira (2).
Segundo investigações feitas no período de intervenção da segurança pública de Brasília, a inteligência da polícia apontou para o risco de invasão de prédios públicos e nada foi feito pelo então secretário de segurança do Distrito Federal.
Anderson torres foi questionado sobre o documento encontrado pela Polícia Federal em uma operação de busca e apreensão na casa dele. O texto, chamado de minuta do golpe, detalhava como seria decretado o estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo de mudar o resultado das eleições e manter Jair Bolsonaro na presidência.
Ele afirmou à Polícia Federal que o documento era descartável, sem relevância e que deve ter sido colocado na estante da casa dele por uma funcionária durante uma faxina.Torres também disse que não sabe quem escreveu o texto.
Sobre a organização das forças de segurança em 8 de agosto, Torres disse que ao checar o planejamento elaborado, viu que estava tudo sob controle e que não havia a previsão de atos radicais na manifestação.
A minuta do golpe levou a Polícia Federal a ouvir o presidente do PL, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Em uma entrevista, Valdemar Costa Neto comentou que "todo mundo" tinha um documento similar em casa. Seria uma referência a integrantes e interlocutores do governo anterior.
No depoimento, Costa Neto alegou que apenas usou uma metáfora ao dizer que muitas pessoas tinham uma proposta de golpe e que ele chegou a receber três ou quatro delas, mas que logo foram destruídas.
O presidente do PL não soube informar a procedência dos documentos e afirmou não ter levado o assunto ao conhecimento do partido e de Jair Bolsonaro.
Ele disse também que não tinha relações com Anderson Torres, que foi apenas uma vez ao Ministério da Justiça e que não conhecia ninguém do alto comando da polícia militar de Brasília. Ao final do depoimento, Valdemar Costa Neto entregou espontaneamente o celular para perícia da Polícia Federal.