Ronnie Lessa indica que disputa por terreno no RJ foi estopim para morte de Marielle Franco

Irmãos Brazão eram os únicos que poderiam percorrer Rio das Pedras, berço dos milicianos na capital fluminense

Da redação

Após acusar as polícias do Rio de Janeiro de corrupção há décadas, nesta quarta-feira (28) o ex-PM Ronnie Lessa apontou relações entre os irmãos Brazão, mandantes da morte de Marielle Franco, com a milícia de Rio das Pedras, uma das favelas mais populosas da capital fluminense. Além disso, apontou que uma disputa por um loteamento foi estopim para a execução. 

Berço da milícia, fazer campanha em Rio das Pedras é para poucos. Mas Chiquinho e Domingos Brazão faziam parte do pequeno grupo autorizado a percorrer as ruas da comunidade. Ronnie Lessa, matador confesso de Marielle Franco e Anderson Gomes, explica a relação dos dois com a milícia. 

"Eles eram absolutos em Rio das Pedras. Tinha uma plaquinha do Wagner Montes? Tem 50 do Brazão. E não era escondido não. Ele andava praticamente de mãos dadas com o Fininho, que era cabo eleitoral dele. Eles andavam juntos, o Fininho apresenta a eles aos comerciantes pedindo votos", contou. 

O conhecido braço político da milícia, do qual os irmãos Brazão faziam parte, uma vez eleito, atuava representando os interesses do grupo nas estruturas de poder. Uma desavença com os irmãos na Câmara Municipal sobre a destinação de um terreno que interessava aos milicianos, teria sido o estopim para morte de Marielle Franco.

O terreno, na Zona Oeste, ia virar um loteamento da milícia. Marielle queria que virasse moradia popular. Ronnie Lessa ia receber 25 lotes como recompensa pela execução. Na terça-feira (27), Lessa fez acusações de corrupção contra as polícias do Rio de Janeiro — que ele diz acontecer há décadas.

A secretaria de Polícia Civil afirmou que as declarações por si só não têm crédito. Especialistas em segurança relacionam a suposta corrupção ao avanço da violência no estado. Especialistas em segurança relacionam a suposta corrupção ao avanço da violência no estado.

Os cinco réus pelo assassinato de Marielle, presos preventivamente, respondem por homicídio e organização criminosa. Domingos e Chiquinho Brazão negam as acusações. Eles devem ser ouvidos nos próximos dias.

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