O atentado, com as explosões e a morte do autor, diante do Supremo, que a PF, desde o início, não teve dúvidas em investigar como terrorismo, trouxe de novo para a discussão o tema da regulação das bigtechs, que continuam deitando e rolando nas redes sociais.
As mensagens violentas, as ameaças e o ódio, que transitam livremente pela internet, já se transformaram, faz tempo, nos argumentos clássicos - e, até agora, inúteis - a favor de chamar à responsabilidade essas big techs pelos conteúdos que veiculam.
E os autores, juntos. A ideia simples e clara de que o que é crime fora da internet deve ser crime dentro da internet ainda não foi suficiente para garantir a aprovação do projeto que, hoje, dorme numa gaveta da Câmara. Com o episódio de Brasília, o assunto reaparece... nas palavras do diretor-geral da PF, de ministros do Supremo, de parlamentares e lideranças, não só do governo.
Mas o fato - mais do que óbvio - é que o tema não precisaria de novos episódios de violência, alimentada nas redes sociais, como mais esse de Brasília - para ser tratado e resolvido. Se alguém, no entanto, acha que, passado o noticiário do atentado, a discussão sobre a responsabilidade das bigtechs voltará a ser esquecida, terá motivo de sobra para pensar assim.