Kamala está claramente tentando escapar - e não há analista que não veja isso escapar da marca de uma candidatura identitária ou representante das mulheres, como quer fazer crer o adversário Trump. E, com isso, ela abre a sua candidatura para todos os americanos, até dizendo que gostaria de ter em seu governo, se for eleita, um republicano.
É óbvio que ela quer se colocar no centro político, tentando empurrar, cada vez mais, o adversário para o extremo - o que não é muito difícil, porque, na verdade, é onde ele se sente mais à vontade. Mas Trump, atuando pelo outro lado, faz a mesma coisa com Kamala, que ele tenta carimbar até como marxista - palavra dele.
Tudo isso está aí no quadro das análises da campanha - eu extraio aqui alguns aspectos dessas avaliações feitas - mas lembrando que fugir da imagem identitária é um caminho eficiente, já testado com sucesso pelo ex-presidente Obama ao lado da competente Michele.
Esse duelo de estratégias nesta campanha - um jogando o outro para um extremo - deve ser o tom do debate do próximo dia 10. Quando Trump, depois de encontrar uma barbada no confronto com aquele perplexo Biden, agora vai para um debate muito mais difícil. E com as pesquisas ainda equilibradas, mas dando sinais favoráveis a Kamala.