Mitre: As estratégias de campanha nas eleições dos Estados Unidos

Fernando Mitre
Reprodução/Jornal da Noite

Kamala está claramente tentando escapar - e não há analista que não veja isso escapar da marca de uma candidatura identitária ou representante das mulheres, como quer fazer crer o adversário Trump. E, com isso, ela abre a sua candidatura para todos os americanos, até dizendo que gostaria de ter em seu governo, se for eleita, um republicano. 

É óbvio que ela quer se colocar no centro político, tentando empurrar, cada vez mais, o adversário para o extremo - o que não é muito difícil, porque, na verdade, é onde ele se sente mais à vontade. Mas Trump, atuando pelo outro lado, faz a mesma coisa com Kamala, que ele tenta carimbar até como marxista - palavra dele.

 Tudo isso está aí no quadro das análises da campanha - eu extraio aqui alguns aspectos dessas avaliações feitas - mas lembrando que fugir da imagem identitária é um caminho eficiente, já testado com sucesso pelo ex-presidente Obama ao lado da competente Michele. 

Esse duelo de estratégias nesta campanha - um jogando o outro para um extremo - deve ser o tom do debate do próximo dia 10. Quando Trump, depois de encontrar uma barbada no confronto com aquele perplexo Biden, agora vai para um debate muito mais difícil. E com as pesquisas ainda equilibradas, mas dando sinais favoráveis a Kamala. 

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