O ministro da fazenda, Fernando Haddad, admitiu que o pacote de medidas anunciado ontem pode sofre alterações. O ministro desembarcou em São Paulo com apetite para tentar acalmar o mercado depois da disparada do dólar.
Haddad participou de um almoço na federação brasileira de bancos e falou exatamente o que a plateia queria ouvir: o governo está preparado para fazer novos cortes e segurar as despesas se necessário.
A reação de investidores ao pacote anunciado nesta quinta não foi a que o governo esperava. As mudanças no benefício de prestação continuada e no bolsa família, limite para o aumento do salário mínimo, além de novas regras para os militares, vieram acompanhadas da proposta de elevar a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
Os presidentes da câmara e do senado também entraram em campo. Arthur Lira e Rodrigo Pacheco divulgaram notas apoiando o aperto de cintos e prometendo votação rápida no congresso. Mas, ao mesmo tempo, deixaram claro: as mudanças no imposto de renda ficam para o ano que vem, e olhe lá.
O próprio Fernando Haddad admitiu que o teto de isenção de R$ 5 mil pode mudar. O articulador político do planalto, Alexandre Padilha, também vê um longo caminho para a reforma da renda no congresso, mas conta com a aprovação das medidas de ajuste fiscal nas próximas três semanas.