O Ministério Público divulgou detalhes da extorsão contra comerciantes na cracolândia, em São Paulo. Guardas civis investigados tinham um esquema para tomar dinheiro em troca de suposta segurança.
Na chamada "lista de colaboradores de boa fé que pagaram a segurança" consta até uma data limite para o pagamento. A empresa de segurança privada para onde iam os valores estava em nome da companheira de Ellisson de Assis, apontada como laranja na investigação.
O que chama atenção é que ela recebia benefícios sociais, entre eles o Auxilio Brasil, mesmo assim chegou a movimentar em um só dia mais de R$ 600 mil em sua conta bancária. Ellisson se entregou um dia depois da megaoperação.
Outros dois GCMs presos são investigados como integrantes da milícia atuante no centro da capital paulista. Assim como Ellisson, Antônio Carlos Amorim Oliveira e Renata Oliva Freitas cobrariam uma "taxa de proteção" de comerciantes do centro de São Paulo. Quem se recusava a pagar, era alvo de retaliação.
De acordo com o Gaeco, há indícios de que Antonio Carlos comandava a milícia, já que os guardas repassavam a ele o dinheiro recebido dos comerciantes em espécie. Ainda segundo o Gaeco, Antonio Carlos e Renata também lavavam dinheiro para o tráfico. De acordo com o MP, ela teria realizado depósitos a GCMs, PMs e policiais civis.
O único foragido que foi alvo da megaoperação é Rubens Alexandre Bezerra, que atuou na GCM de São Paulo entre 2003 e 2019.
Além de negociar armas e munições com GCMs em atividade, a investigação aponta que Rubens as negociava também com criminosos que atuavam no centro da capital paulista.
Ainda segundo o MP, ele comercializava, por exemplo, dispositivos de uso ilegal, como bloqueadores de sinal usados em roubos de carga.
Durante a megaoperação, 56 imóveis foram interditados e 15 pessoas foram presas, sendo 10 em flagrante.