O anúncio de um clipe da cantora Anitta virou motivo de debate sobre intolerância religiosa. Nas cenas, a carioca participa de rituais do candomblé e mostra outras manifestações religiosas.
Antes mesmo do lançamento do clipe, Anitta perdeu 200 mil seguidores nas redes sociais em menos de duas horas e recebeu várias mensagens de ódio.
Eu ainda fico um pouco assustada com a falta de evolução do ser humano, nos dias de hoje. Tem que aceitar, respeitar os caminhos dos outros (Anitta em trecho de live)
O episódio lançou luz para um problema que não é recente, mas se agrava cada vez mais. Trata-se da intolerância religiosa. Em 2023, foram mais de 2 mil casos de no Brasil, um aumento de 80% em relação ao ano passado. Em 2024, já são mais de 1,2 mil denúncias.
Os dados são do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. As religiões de matriz africana são as mais perseguidas. A Band visitou um terreiro de umbanda, no Rio de Janeiro, que sofre, praticamente, um ataque por mês.
“Veio polícia, guarda. Já entraram aqui de forma truculenta, nos ameaçando. Não queremos converter ninguém, mas poder fazer nosso culto, como todas outras religiões”, desabafou Paulo Henrique Brazão, dirigente do Grupo de Caridade Flecha Dourada.
A Constituição garante o direito à liberdade religiosa, mas, diante da violência, muitos cidadãos ainda são impedidos de exercerem a própria fé.