O presidente Lula, no primeiro mandato, cuidou da disciplina fiscal. Até aumentou o superávit previsto no começo. Esse cuidado foi fundamental para seu governo e pavimentou seu caminho depois.
Hoje, em condições muito mais difíceis e complicadas, Lula tem estado diante das pressões de alguns ministros e do PT ou setores do PT e aliados, dificultando o corte de gastos.
O argumento de que garantir a saúde fiscal é fundamental para qualquer governo ter sucesso em seus projetos sociais tem funcionado pouco, Quer dizer: não abriu caminho, no comando do PT, para qualquer compreensão sobre o corte de gastos.
Mas a discussão no governo avançou. O ministro Haddad faz sua parte. A pressão sobre Lula aperta dos dois lados, mas a expectativa é que as novas contas já estejam praticamente feitas, seguindo os argumentos de Haddad.
Foi bem a reunião deles nesta segunda. Sem um ajuste fiscal objetivo, o governo não faz entregas - como, aliás, diz o ministro petista Camilo Santana, com a lucidez tão necessária agora. A presidente do PT, Gleisi Hoffman, tem desempenhado seu papel contra os cortes.
Mas é óbvio que, depois da decisão de Lula, ela e o PT logo estarão enquadrados. Outra posição não faria sentido.