Depois da suposta ameaça do Ministro da Defesa para não realizar as eleições em 2022. Aumentou na Câmara a articulação para derrubar o projeto que prevê impressão do voto na urna eletrônica.
O general Braga Netto negou ter feito ameaça às eleições, mas o assunto ainda não foi encerrado em Brasília. A proposta que obriga a impressão do voto da urna eletrônica já enfrenta resistência de pelo menos 14 partidos. Agora, o movimento ganha força para derrubar o projeto na comissão dos deputados.
O próprio presidente Jair Bolsonaro, principal defensor da proposta, admite que ela não tramitaria na Câmara.
“Hoje em dia, se botar em votação, ele não passa na comissão”, declarou Bolsonaro entrevista à rádio Grande FM nesta sexta-feira (23).
Segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, Braga Neto teria usado um interlocutor para dar um ultimato ao presidente da Câmara, Arthur Lira: sem a PEC do voto impresso, não haveria eleições ano que vem.
Deputados da oposição foram ao STF apresentar notícia- crime contra o general, sob o argumento de que o ministro atacou as instituições e a ordem democrática.
Outro desdobramento da polêmica foi impulsionar a proposta que proíbe militares da ativa de assumirem cargos nos governos federal, estadual e prefeituras.
“Isso preserva as Forças Armadas. É para garantir com que as Forças Armadas se distanciem de fato das arengas, das encrencas da política”, justificou a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC), autora do texto que já é chamado de “PEC do Pazuello”, em referência ao general ex-ministro da Saúde.
A bancada dos militares, no entanto, promete se mobilizar.
“Estão legislando de forma casuística por uma situação inexistente, algo ruim para o parlamento brasileiro”, contestou o deputado Ubiratan Sanderson (PSL-RS).
Parte da Comissão de Justiça da Câmara quer aprovar a proposta em agosto.