Voluntários que participaram de testes contra a Covid-19 no Brasil não conseguem ter acesso ao certificado da vacinação do SUS.
A médica Andrea Cristina Kwitko foi voluntária do teste da vacina de Oxford. Ela recebeu placebo e ao fim do estudo foi vacinada com a primeira dose em janeiro e com a segunda em abril. Passados mais de cinco meses, ainda não obteve o certificado nacional de vacinação emitido pelo Ministério da Saúde.
“A gente tem direito. A gente apoiou a vacina”, desabafou.
Quem participou dos testes da CoronaVac, da Janssen e da Pfizer vive a mesma situação.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a realização de 12 estudos clínicos de vacinas contra a Covid no Brasil. Apenas os testes dos quatro imunizantes que já foram aprovados pela agencia e são usados no país tiveram 36 mil voluntários em 14 estados. Os centros que realizaram os estudos tentam há meses cadastrar a vacinação destas pessoas junto ao Ministério da Saúde.
“São sete meses de interlocução com as diferentes frentes para o registro adequado destes voluntários”, disse Rafael Zimmer, coordenador do Hospital das Clínicas.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que apenas agora liberou o sistema para que sejam registradas as doses aplicadas nos voluntários. Só assim eles terão a caderneta eletrônica de vacinação, documento exigido por empresas e em viagens
A médica Andrea tem férias marcadas para Fernando de Noronha e não vai conseguir entrar na ilha apenas com o documento emitido pelo hospital onde participou do estudo. “Foi confirmado pra mim que só a carteirinha e o documento emitido pelo hospital não vai ser aceito”, lamentou.