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Vítima de estupro por mais de 50 homens durante décadas mobiliza protestos na França

Manifestações pedem penas maiores a estupradores após a divulgação do caso Gisele Pelicot, que se tornou símbolo da luta feminina contra a violência sexual

Por Sonia Blota

Nas ruas da França, elas pedem por penas maiores a estupradores. As manifestações tomaram conta da França em apoio a Gisele Pelicot, que virou símbolo da luta contra a violência sexual. Ela foi vítima de constantes estupros por mais de 10 anos por pelo menos 52 homens. 

Segundo as investigações, ela foi estuprada pelos homens após ser drogada e oferecida na internet pelo próprio marido, Dominique Pelicot, em um pequeno vilarejo no sul do país. Ele foi preso quatro anos atrás por filmar debaixo da saia de mulheres no supermercado. Foi aí que a polícia francesa descobriu mais de 20 mil fotos e vídeos das cenas de terror vividas por Gisele.

Dominique e outros 51 estupradores, entre 26 e 74 anos, estão no banco dos réus. E outros trinta homens são investigados, suspeitos de também terem abusado de Gisele. O marido confessou todas as barbaridades contra a esposa, que é mãe de seus filhos e avó de seus netos. 15 acusados também admitiram o estupro.

Os outros disseram que participaram de um ato sexual consentido. Eles podem pegar até 20 anos de prisão, pena máxima para estupro na França.O julgamento vai durar até dezembro. Mas, desde a revelação dos abusos, no final de 2020, o caso de Gisele Pelicot gerou debates em todo o mundo sobre violência sexual contra a mulher. Principalmente aquela que acontece dentro da própria casa da vítima.

Dominique e Gisele foram casados por 50 anos. Durante os 10 anos em que foi drogada pelo marido, ela teve confusão mental e vários problemas ginecológicos, mas nunca desconfiou do próprio companheiro. A lei francesa garante anonimato em casos de estupro.

Gisele Pelicot fez questão de mostrar seu rosto para que outras mulheres não tenham vergonha de denunciar abusos. E tem sido aplaudida por isso no tribunal.

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