O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros recebe em média 80 mil visitantes por ano. Muitos que visitam o local, decidem não ir mais embora. Sejam os preservadores, pessoas procurando por um contato místico ou antigos mineradores, a população do Parque reúne os mais diversos públicos.
O local passou a ser habitado no início do século passado por mineradores vindos de todo o país, atraídos pela descoberta de uma imensa jazida de cristal. “Era um garimpo manual a extração do ouro e diamantes, feito em pequena escala”, explica André Cunha, professor de Ecologia da UNB. Muitos garimpeiros se instalaram na região e vivem há gerações por lá.
Hoje, a migração continua mas com um perfil diferente de público. Como a jornalista e professora de yoga, Alexandra Makowski e Daniele Apone, consultora de sustentabilidade, que compraram um terreno de 50 mil m² cercado de água e foram morar com mais quatro amigos na Chapada. “Eu me apaixonei pelos garimpeiros fundadores, pela geração seguinte, fiz muitas amizades aqui”, comentou Alexandra.
Polo esotérico
A Chapada está localizada sobre uma enorme quantidade de quartzo, um cristal usado para harmonizar energias e se conectar com a natureza. Antes de atrair visitantes que buscavam fazer trilhas e um mergulho de cachoeira,o parque se estabeleceu com um polo esotérico no Brasil.
O contato direto com a natureza, a energia da água de mais de mil cachoeiras e a aura mística, continua atraindo dezenas de pessoas que buscam por um momento de autoconhecimento e reflexão.
Nos anos 90, foi construída a Gota, um espaço acústico construído para transcender através da música por mantras e cantos. No local você pode ouvir instrumentos indianos e iranianos com timbres raros, vibrações sonoras e ter contato com pedra místicas e cristais.
Preservadores
Para conservar a “savana com a flora mais biodiversa do planeta”, agricultores e pesquisadores trabalham lado a lado para preservar o bioma. “A gente tem uma meta que é plantar Cerrado na mesma quantidade de estrelas do céu, uma medida infinita”, conta o coletor de sementes, Claudiomiro de Almeida.
A bióloga Alba Cordeiro, explica que coletores como Claudiomiro, têm um papel essencial de buscar e recolher essas sementes nativas soltas na natureza, e as reintroduzir no Cerrado, um trabalho de recuperação do bioma.
De acordo com a doutora em biologia, diferente da recuperação de uma floresta onde mudas de árvores são plantadas na natureza, no Cerrado, uma savana, o trabalho é feito espalhando sementes pela terra.