Violência no futebol: Levantamento mostra os assassinatos nas últimas 3 décadas

De 1988 para cá já são pelo menos 384 mortes

Igor Duarte

Cenas de violência protagonizadas quase na maioria das vezes por membros de torcidas organizadas de todo o país fazem vítimas pelo brasil. De 1988 para cá já são pelo menos 384 mortes.

Apenas onze dentro dos estádios. A maioria das vítimas, homens. São 372 vidas perdidas. A impunidade também impressiona. Dos 384 assassinatos, 263 ficaram impunes. 

O balanço é do jornalista especializado no assunto Rodrigo Vessoni que há mais de duas décadas cataloga as mortes. Para ele problema da impunidade está na legislação. 

"Eu acho que uma legislação mais dura com prisão, com tempo de condenação maior poderia ajudar muito no combate a essa violência e a impunidade", disse Vessoni.

Só esse ano foram inúmeros episódios. Entre eles a emboscada armada por torcedores do Palmeiras a dois ônibus do Corinthians em São Paulo no início do ano e o recente assassinato de Gabriela Anelli, de 23 anos durante uma briga entre torcedores do flamengo e do Palmeiras. Um problema antigo e até hoje longe de uma solução.

Um dos capítulos mais emblemáticos da guerra entre torcidas aconteceu em 1995 na final da supercopa São Paulo de futebol júnior no estádio do Pacaembu. 

Membros da torcida independente do São Paulo e da mancha verde do Palmeiras invadiram o gramado ao final do jogo e transformaram a festa uma festa num campo de batalha com 102 pessoas feridas e um torcedor de apenas 16 anos morto. 

A batalha campal aqui no Pacaembu foi o estopim para a criação de medidas que freassem a violência no futebol. Ações que vão desde o Cadastramento das torcidas organizadas, assim como um estatuto com direitos e deveres dos torcedores e também a torcida única nos estádios (em todo o estado de São Paulo). Nada disso foi o suficiente para acabar com a violência promovida por membros de torcidas organizadas. 

Violência que atinge até mesmo atletas em dia de folga como ocorreu com o jogador Luan do Corinthians dentro de um motel na capital paulista há duas semanas.

“É preciso monitorar as redes sociais das torcidas organizadas. A polícia tem que ter um departamento, uma divisão ou uma delegacia equipada com estrutura específica para acompanhar as conversas principalmente na deep web para saber o que eles estão combinando”, disse o Promotor Fernando Capez.

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