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Venezuela tem dia tranquilo nas vésperas das eleições presidenciais

Apesar das semanas de tensão na campanha eleitoral, Caracas, a capital, viveu sábado calmo

Por Yan Boechat

Venezuela tem dia tranquilo nas vésperas das eleições presidenciais
Reprodução/Yan Boechat

Foi um sábado (27) tranquilo, como qualquer sábado em um inverno ensolarado de Caracas. Nas ruas do centro da cidade, muita gente às compras, outras tantas passeando pelas praças e alamedas da capital venezuelana. 

Nas avenidas que cortam a cidade, o tráfego fluía normal, sem a presença ostensiva de policiais ou soldados das forças armadas da Venezuela. A tensão crescente das últimas semanas, parece ter se dissipado na véspera da votação.

Mas a calmaria pode ser a antecipação da tempestade. Nessa igreja do centro da cidade, venezuelanos rezavam para que na próxima semana tudo siga em paz por aqui, independentemente do resultado eleitoral.

Na eleição mais disputada das últimas décadas no país, ninguém sabe ao certo o que as urnas irão dizer amanhã. A maioria das pesquisas de intenção de voto indicam que Nicolás Maduro, em seu décimo primeiro ano no poder e concorrendo à terceira reeleição, tem chances reais de ser derrotado.

O principal adversário, o ex-diplomata Edmundo Gonzáles Urrutia lidera em todos os levantamento com mais de 50 por cento das intenções de voto. Mas as pesquisas são baseadas no censo de 15 anos atrás. Por isso a incerteza: modelos estatísticos podem estar trazendo resultados muito distantes da realidade.

O tal handicap a que Luis se refere são as armas que o governo de Nicolás Maduro vem usando desde o início da eleição. Impugnação de candidaturas, prisão de opositores e dificuldades mil para que cerca de 25% dos eleitores que estão fora do país possam votar mundo a fora.

Nos últimos dias o governo venezuelano bloqueou diversos sites de jornalismo independente aqui. Essa têm sido uma prática comum na Venezuela nos últimos anos. Além do controle da mídia, a disposição dos candidatos na urna também tem sido uma reclamação da direita.

Maduro aparece 13 vezes, a quantidade de partidos que o apoiam. Urrutía tem três menções. Mas essa é uma tradição por aqui. Em 2012, quando Chaves foi reeleito pela quarta vez, Capriles, o então candidato da oposição, aparecia 22 vezes nas cédulas.

A expectativa é que a tranquilidade deste sábado não se repita no domingo. Logo cedo, às seis da manhã, as urnas abrem. A expectativa é que os mais de 20 milhões de eleitores compareçam em peso.

Há tensão de que o regime de Maduro possa interferir nos resultados das eleições. A oposição promete fiscalizar cada colégio eleitoral até o final da contagem dos votos, que deve se estender até segunda-feira.

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