As vendas de livros cresceram quase 50% em 2021, resultado da reabertura das livrarias e do maior interesse de quem teve mais tempo para ler em casa.
É o caso da dona de casa Zélia Toniolo Silva, de 75 anos. Ela lê um livro por semana, e não esconde o tema preferido.
“Eu gosto de policial”, diz.
Neste ano, foram vendidos 28 milhões de livros, de acordo com o Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros). Isso sem contar os livros virtuais.
Livros de áreas especializadas, como administração e economia, respondem por 29,5% das vendas. Mas a procura por livros de ficção foi a que mais cresceu: 25,5% do total.
É quase a mesma fatia de biografias, livros de autoajuda e religião, que equivalem a 24,8% do total. As vendas de livros infantis, juvenis e educacionais diminuiriam de 23% para 20,1% no total.
Destaque também para obras relacionais a séries de TV. “Eu vejo a série, aí as vezes eu venho ver para ler o livro”, explica a aposentada Edna Anunciação.
Tem muita gente voltando às livrarias, e os números mostram isso. Só no primeiro semestre de 2021, as vendas aumentaram 48% em relação ao mesmo período do ano passado. E já são melhores que os primeiros seis meses de 2019, antes da pandemia do novo coronavírus.
“As pessoas foram deixando um pouco a leitura de lado”, diz Marcos da Veiga Pereira, presidente do Snel. “Na pandemia, elas recuperaram esse gosto.”
E tem gente que uniu o prazer da leitura ao trabalho. Como Giovanna Alves de Oliveira, que há oito meses conseguiu emprego na livraria.
“Pelo contato com outros vendedores, e também conversando com clientes, acaba tendo interesse em outros gêneros de literatura. É bem natural”, descreveu.