Um estudo inédito revelou que a quantidade de nicotina nos vapes é até seis vezes maior do que no cigarro comum. Isso significa mais dependência e também ansiedade e depressão.
A cada dez usuários de cigarro eletrônico, três tem problemas de saúde mental. Dentro deste número, cerca de 75% sofre de ansiedade e, 30% de depressão – condições que podem ser agravadas pelo uso.
O estudo mostrou que os maiores níveis de nicotina no sangue foram encontrados em quem dizia ser ansioso ou depressivo.
“No grupo que tinha nicotina alta, quase 40% das pessoas tinham histórico de ansiedade e depressão. Isso mostra que há aumento de consumo entre os que referem as doenças”, disse a médica diretora do núcleo de tabagismo do InCor, Jaqueline Scholz, ao Jornal da Band.
A pesquisa, feita pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em parceria com o Centro de Vigilância Sanitária, também concluiu o que os médicos já sentiam nos consultórios ao receber os pacientes.
Assim, quem fuma cigarros eletrônicos pode ter até seis vezes mais nicotina no organismo do que a acumulada durante décadas por um fumante de cigarros convencionais.
“A oferta da nicotina, por esses produtos possuírem sal de nicotina e a capacidade de absorção é muito maior que o cigarro convencional. Quando você tem um usuário frequente, a quantidade de nicotina pode chegar até a seis vezes superior ao de estar fumando 20 cigarros à décadas”, afirmou a especialista.
Os dispositivos eletrônicos são proibidos no Brasil pela Anvisa, mas é fácil encontra-los no comércio popular. A polícia brasileira tem feito operações frequentes para apreender os dispositivos.