Vapes tem até seis vezes mais nicotina que cigarros e podem aumentar quadros de ansiedade

Maiores níveis de nicotina no sangue foram encontrados em quem dizia ser ansioso ou depressivo

Márcio Campos

Um estudo inédito revelou que a quantidade de nicotina nos vapes é até seis vezes maior do que no cigarro comum. Isso significa mais dependência e também ansiedade e depressão.

A cada dez usuários de cigarro eletrônico, três tem problemas de saúde mental. Dentro deste número, cerca de 75% sofre de ansiedade e, 30% de depressão – condições que podem ser agravadas pelo uso. 

O estudo mostrou que os maiores níveis de nicotina no sangue foram encontrados em quem dizia ser ansioso ou depressivo. 

“No grupo que tinha nicotina alta, quase 40% das pessoas tinham histórico de ansiedade e depressão. Isso mostra que há aumento de consumo entre os que referem as doenças”, disse a médica diretora do núcleo de tabagismo do InCor, Jaqueline Scholz, ao Jornal da Band. 

A pesquisa, feita pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em parceria com o Centro de Vigilância Sanitária, também concluiu o que os médicos já sentiam nos consultórios ao receber os pacientes. 

Assim, quem fuma cigarros eletrônicos pode ter até seis vezes mais nicotina no organismo do que a acumulada durante décadas por um fumante de cigarros convencionais. 

“A oferta da nicotina, por esses produtos possuírem sal de nicotina e a capacidade de absorção é muito maior que o cigarro convencional. Quando você tem um usuário frequente, a quantidade de nicotina pode chegar até a seis vezes superior ao de estar fumando 20 cigarros à décadas”, afirmou a especialista. 

Os dispositivos eletrônicos são proibidos no Brasil pela Anvisa, mas é fácil encontra-los no comércio popular. A polícia brasileira tem feito operações frequentes para apreender os dispositivos. 

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