Esta quinta-feira (29) marca o segundo dia consecutivo de uma grande operação militar israelense na Cisjordânia, classificada como a maior em duas décadas. Israel afirma que o objetivo é desmantelar células terroristas que estão sendo criadas na região pelo Irã.
Assim como a Faixa de Gaza, a Cisjordânia é um enclave palestino, situado entre Israel e Jordânia. Além dos 3,5 milhões de árabes, cerca de 500 mil colonos judeus vivem no território, em assentamentos autorizados pelo governo israelense, que controla militarmente a região desde 1967.
A Autoridade Nacional Palestina, responsável pelo serviço de saúde na Cisjodânia, disse que 18 pessoas morreram nos dois dias de ofensiva. Já Israel dá outro número: 14. Entre eles, um comandante de Jihad Islâmica no território.
Josep Borrell, diplomata chefe da União Europeia, fez um alerta: Israel não pode expandir a guerra em Gaza para a Cisjordânia. O político ainda fez uma sugestão ao bloco europeu: aplicar sanções contra políticos israelenses por discurso de ódio e violações de leis internacionais.
Situação que pode ser complicada, porque dependeria Da aprovação unânime dos 27 países do bloco europeu. No entanto, demostra mais uma vez a insatisfação do Ocidente com a postura de Benjamin Netanyahu.
Na tentativa de recuperar parte do apoio, o premiê israelense concordou em realizar tréguas humanitárias em Gaza, permitindo que funcionários e voluntários das Nações Unidas apliquem vacinas contra a paralisia infantil em mais de seiscentas mil crianças.
A medida foi tomada após um bebê de 10 meses contrair a doença, o primeiro caso em 25 anos no enclave. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a ofensiva israelense será suspensa das 6 da manhã às 3 da tarde no horário local, entre o próximo domingo e terça-feira.