Trump volta a sugerir retirada de palestinos e diz que população não poderá voltar à Gaza

Ideia da “Riviera do Oriente Médio” já era objeto de propaganda israelense no ano passado

Felipe Kieling

Trump volta a sugerir retirada de palestinos e diz que população não poderá voltar à Gaza
Palestinos, que foram deslocados para o sul por ordem de Israel durante a guerra, retornam para suas casas no norte de Gaza nesta segunda-feira (27)
REUTERS/Ramadan Abed

Donald Trump foi além em seu plano controverso que prevê a remoção de palestinos de Gaza para países vizinhos: agora, o presidente americano diz que quem for retirado não poderá voltar ao território. O Hamas anunciou que a próxima libertação de reféns israelenses não deve mais acontecer neste sábado, como estava previsto.

Trump, voltou a sugerir a retirada da população palestina de Gaza para países da região. Só que, agora, Trump foi além: se o plano for posto em prática, palestinos não seriam autorizados a voltar para Gaza.

A ideia da Riviera do Oriente Médio já era objeto de propaganda israelense no ano passado. A peça sugeria que o território seria lotado de resorts e diversão não fosse o controle do Hamas.

O grupo palestino acusa Israel de violar os termos do acordo, como dificultar a entrada de ajuda humanitária, atrasar a volta de palestinos ao norte de Gaza e abrir fogo contra civis. Israel ordenou que o seu exército se prepare para todos os cenários.

Até o fim da primeira fase do acordo, haverá a libertação de 33 reféns, sendo oito deles mortos, e de 1,9 mil prisioneiros palestinos. A última troca ocorreu no fim de semana.

As imagens de três reféns israelenses, pálidos e visivelmente enfraquecidos, foram classificadas como "chocantes" pelo governo de Israel e "perturbadoras" por familiares e organizações de direitos humanos.

Entre os 183 prisioneiros palestinos libertados na última leva, 18 cumpriam prisão perpétua. Muitos saíram das celas debilitados, levantando também questionamentos sobre as condições dos presídios israelenses.

Enquanto famílias de reféns e parte da sociedade israelense pressionam pela ampliação do acordo a qualquer custo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta resistência dentro de sua própria coalizão de direita. Aliados mais radicais ameaçam derrubar o governo caso ele avance para a segunda fase das negociações.

Se as negociações avançarem, tropas israelenses devem sair do corredor Filadélfia, que faz fronteira com o Egito - e mais reféns serão liberados.

A última etapa seria a reconstrução de Gaza e uma transição política sem o Hamas, segundo o governo de Israel. No entanto, o grupo feito demonstrações de força nas libertações de reféns. Israel enviou uma delegação ao Catar, que atua como mediador no processo.

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