A troca de comando na Petrobras é dada no Palácio do Planalto, inclusive na própria estatal, como "questão de dias". O presidente da empresa, Jean Paul Prates, tem confidenciado que "está no limite" e pediu uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), encontro que só deve ocorrer na próxima semana.
Nesta sexta-feira (5), veio a público que o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloízio Mercadante, disse a Prates que foi sondado por Lula para assumir a presidência da Petrobrás. O encontro foi na última quarta-feira (3).
A pressão vem de dentro do governo. Os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e da Casa Civil, Rui Costa (PT), já disseram a Lula que Prates não tem mais condições de permanecer à frente da Petrobras porque teria perdido o controle do Conselho de Administração.
Preocupação de Lula
Lula também está preocupado com o impacto dos preços dos combustíveis na popularidade. O petista reclama que, quando o petróleo fica mais barato, o repasse demora a chegar aos postos.
A possível troca no comando é vista como uma estratégia para aumentar a influência do governo na Petrobras.
Polêmica dos dividendos
O embate pelos dividendos extraordinários também deixou Prates desgastado. Ele contrariou o Planalto quando não apoiou a decisão do Conselho de reter os R$ 43 bilhões que seriam distribuídos aos acionistas em março. Até Fernando Haddad, ministro da Fazenda, foi a favor da distribuição porque o governo também recebe dinheiro e pode diminuir o déficit fiscal.
Outros ministros, como o de Minas e Energia, têm seguido a linha defendida por Lula, de que a estatal não pode ter como foco único o lucro dos acionistas. Hoje, houve uma reunião do Conselho de Administração da Petrobrás, mas Prates não apareceu.