A investigação que afastou cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul encontrou uma troca de mensagens entre um político e o advogado que fazia a negociação da venda de sentenças. Felix Jayme Nunes da Cunha e o ex-prefeito de Bodoquena, Jun Iti Hada. 

Nas mensagens, o advogado diz que a compra da sentença a favor do ex-prefeito vale a pena. "Tá barato, prefeito. Vale", diz o advogado. O político pechincha: "Pode dividir em duas vezes? A campanha tá brava". O advogado responde: "Não dá prefeito, é muita gente envolvida para dar certo". 

As mensagens seguintes indicam que o ex-prefeito aceitou a oferta e conseguiu uma decisão favorável. De acordo com a investigação da Polícia Federal, escritórios de filhos dos desembargadores eram usados no esquema, para driblar o risco da propina ser rastreada. 

O Superior Tribunal de Justiça afastou os desembargadores: Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel, Marcos José de Brito Rodrigues e o presidente do TJMS, Sérgo Fernandes Martins.