Tragédia no RS sob o olhar da Adriana: “Dar voz a dor dos gaúchos é preciso”

Por uma semana, a jornalista Adriana Araújo ouviu o drama dos flagelados pela cheia no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, onde pessoas tiveram mais que perdas materiais

Adriana Araújo

Por uma semana, a jornalista Adriana Araújo ouviu o drama dos flagelados pela cheia no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, onde cidades foram devastadas pela força da água. Agora, o que se tem lá são dezenas de comunidades sem vida e cidades marrons. O verde da vegetação sumiu porque árvores viraram entulhos.

Esta é a perspectiva da âncora do Jornal da Band, Adriana Araújo, sobre a cobertura da maior tragédia que ainda assola o povo gaúcho. Foram dias em que ouviu a dor de quem perdeu tudo, inclusive familiares.

Vi cenas que me lembraram muito o tsunami do Japão ou as ruínas de uma guerra. Vimos medo e vimos coragem. Vimos solidão e solidariedade (Adriana Araújo, âncora do Jornal da Band)

Lajeado, Estrela, Roca Sales, Arroio do Meio... Essas são cidades do Vale do Taquari onde a cheia teve a força de um furacão, avaliou Adriana em reportagem exibida no Jornal da Band desta segunda-feira (13).

Abaixo, entenda a realidade do povo gaúcho sob o olhar da Adriana Araújo:

Dar voz a dor dos gaúchos é preciso. Pode ser o caminho da cura. Isso ficou muito claro, ao vivo, quando fui cercada pelas crianças de um abrigo. Vimos mais do que cidades devastadas. Enxergamos almas devastadas, pessoas que perderam o alicerce da própria vida.

Como é difícil contar essas histórias. Quando o caos é colossal, as palavras parecem falhar na tarefa de explicar o que aconteceu. Desastre? Tragédia sem precedentes? Calamidade? Todas elas parecem insuficientes.

Os detalhes dizem muito. Com a cheia do Taquari, perguntas também transbordaram. Como vencer tudo isso? De onde tirar energia? Por onde começar? Mesmo sem respostas, encontramos pessoas que, simplesmente, decidiram começar.

O Elias limpava os bueiros na chuva. A Maira, mesmo sem casa, fechava a folha de pagamento de empresas que não podem parar. A Ivânia não vai deixar o sonho de formar os filhos desmoronar. O Henrique usava o barro para registrar, nas paredes da fábrica destruída, os próximos passos... A Solange se esforçava para limpar o casarão que nunca mais será um restaurante.

Encontramos uma gente honrada, que vai reescrever a própria história com dignidade, sem medo de mostrar ao Brasil um coração dilacerado.

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