A tragédia com o submarino que implodiu no Atlântico chama atenção para o turismo de alto risco. De viagem ao fundo do mar a voos espaciais. E tem que desembolsar um bom dinheiro.
Pé na areia, água de coco ou caipirinha. É tudo que muita gente sonha fazer nas férias.
Mas há quem prefira viagens e experiências com uma boa dose de risco, como prova o desaparecimento do submarino, no último domingo.
É um turismo para poucos - para quem tem coragem, mas também muito dinheiro. Os valores podem facilmente ultrapassar a casa dos milhões de reais.
A novidade da OceanGate era a expedição até os destroços do Titanic. Ela custava US$ 250 mil por pessoa.
A empresa já explora o turismo no oceano há mais de uma década. Em 2013, o CEO, Stockton Rush, levou o rapper Macklemore pra ver tubarões raros no litoral de Seattle, nos Estados Unidos.
E para essa aventura, eles também entraram num submarino. Uma experiência parecida com essa pode custar até US$ 5 mil dólares.
Para quem gosta de se arriscar, há uma infinidade de alternativas. Você pode mergulhar debaixo do gelo, na Rússia. Fazer a trilha mais perigosa do mundo, no Monte Huashan, na China. Ou conhecer a Porta do Inferno, no Turcomenistão.
Mas o turismo de alto risco vem ganhando novas dimensões, impensáveis até pouco tempo.
O oceanógrafo francês Fabian COUSTEAU está criando a versão submarina da Estação Espacial Internacional. Um espaço para explorar e pesquisar o fundo do mar. No futuro, pra ficar um dia nessa cápsula, o turista vai ter que desembolsar R$ 300 mil.
Não é nada barato, mas nada comparado a uma viagem pro espaço.
O holandês Oliver Daemen, se tornou a pessoa mais jovem da história a sair da terra. Ele viajou com o fundador da Amazon, Jeff Bezos, no primeiro voo tripulado da Blue Origin. O pai dele pagou mais de um R$ 1 trilhão pela experiência.
Muitas empresas travam uma batalha para ver quem lidera esse novo mercado espacial. A Virgin Galactic vai relançar viagens para civis a partir deste mês.
Mas esse turismo único e milionário também enfrenta desafios. Falta regulação nesse novo mercado.
Nos Estados Unidos, o governo deu um período de aprendizagem para as empresas construírem a tecnologia necessária para operar no espaço. A Federação de Aviação está impedida de regular os voos até outubro deste ano. Quem ainda quiser viajar, precisa assinar um termo de consentimento, afirmando que aceita os riscos da jornada.
O mesmo foi feito nas expedições do submarino que sumiu na viagem aos destroços do Titanic. O risco de morte era claro no contrato.
Desde 2018, especialistas tentam alertar a OceanGate sobre os problemas de segurança do submersível.