
Atualmente, a venda de drogas representa menos de 15% do faturamento do crime organizado. A maior parte da receita vem de crimes ligados ao controle territorial. Nesta quinta-feira (10), o Jornal da Band revelou um esquema de lavagem de dinheiro a partir das duas maiores facções do país, e que resultou em R$ 6 bilhões lavados em um ano.
A polícia chama de “milicialização do tráfico” o controle territorial aplicado por bandidos. Além disso, muito dinheiro precisa ser lavado para não levantar suspeitas.
Na megaoperação que levantou a suposta aliança entre o PCC e o Comando Vermelho, mostrada pelo Jornal da Band, a polícia descobriu uma engrenagem sofisticada, que contava com 22 empresas de fachada e um banco digital a serviço das duas organizações criminosas.
Os recursos bloqueados pela Justiça também alimentavam a chamada ‘caixinha do crime’, uma estrutura financeira clandestina que sustenta o luxo das lideranças e funciona como uma espécie de INSS do crime organizado.
“Ela [a caixinha] paga parentes de presos faccionados. Enquanto os presos estão no sistema prisional, os parentes recebem um auxílio previdenciário para que o preso saiba que a família está bem lá fora”, explicou Felipe Curi, secretário estadual de Polícia Civil do Rio de Janeiro.
A operação apreendeu computadores, celulares e documentos. O material será analisado e pode revelar as novas camadas da ‘lavanderia’ do crime.