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Trabalho de Delfim influenciou decisões de governos da ditadura e até de Lula

O ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e Planejamento morreu na madrugada desta segunda-feira (12), aos 96 anos

Da redação

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Durante seis décadas, o trabalho dele na economia e na política influenciou as decisões de vários governos. Da ditadura militar até os primeiros mandatos do presidente Lula.

Delfim Netto foi economista, político, ministro da fazenda, da agricultura e do planejamento. Embaixador e deputado federal em cinco mandatos. Sem contar os livros escritos e as centenas de horas de aulas que ministrou.

Durante seis décadas, o trabalho dele na economia e na política influenciou as decisões de vários governos. Da ditadura militar até os primeiros mandatos do presidente Lula.

Antônio Delfim Netto nasceu em 1928, em São Paulo. Descendente de italianos, começou a trabalhar com 14 anos. Se formou na faculdade de economia, administração e contabilidade da USP. Em 1951, mais tarde virou professor.

A faculdade possui na biblioteca milhares e milhares de livros do acervo particular dele, inclusive a máquina de escrever e da carreira de professor universitário foi para o mundo da política.

Durante 60, dos 95 anos de vida, Delfim Netto, influenciou direta ou indiretamente as decisões de governos brasileiros.

Deu as cartas na área econômica durante boa parte do governo militar. Até hoje a gestão nesse período é conhecida como "milagre econômico", devido à expansão dos negócios financeiros e a realização de grandes obras, como a rodovia transamazônica, a ponte Rio Niterói e Itaipu. 

O Brasil chegou a crescer em média 10% nos primeiros anos de 1970. O milagre acabou com o primeiro choque do petróleo, aí veio um grande aumento da dívida externa, da desigualdade social e a volta da inflação.

O primeiro contato de Delfim Netto com a área pública foi quando assumiu a secretaria estadual da fazenda de São Paulo. Foi ministro da fazenda durante os governos do Marechal Arthur da Costa e Silva e do general Emílio Garrastazu Médici.

Participou da reunião e assinou o decretou que criou o AI.5, o ato institucional que suprimiu liberdades individuais e mergulhou o Brasil nos anos de chumbo da ditadura.

No governo de João Baptista Figueiredo, foi ministro da agricultura e secretário do planejamento. Depois da redemocratização, Delfim foi deputado por cinco mandatos consecutivos.

Segundo uma pesquisa do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, ao longo de 11 anos, esteve entre os dez parlamentares mais influentes do Brasil.

Quando Lula foi eleito, pela primeira vez. Se aproximou do petista e foi seu conselheiro. Durante muitos anos, Delfim Netto participou semanalmente do Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes.

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