No Rio de Janeiro, o território dominado pela milícia pode ser maior do que o de traficantes. Na comunidade Rio das Pedras, cerca de 70 mil pessoas vivem à mercê de regras impostas pelos grupos paramilitares.
O domínio que começou nos anos de 1970 e se espalhou ao longo das décadas. Na maioria das vezes, o poder é invisível e, por isso, é considerado mais perigoso
Diferente das comunidades dominadas pelo tráfico de drogas, no caso das milícias, não há exibição ostensiva de armas de fogo nas ruas.
Por outro lado, por trás de aparente normalidade, existe um esquema de cobrança sobre produtos e serviços que se expande cada vez mais.
A milícia controla TV a cabo, venda de água, de botijão de gás, transporte alternativo, construção de imóveis, mineração e até comércio de produtos essenciais, como farmácia.
“O controle que a milícia exerce, hoje, nessas áreas é muito mais intenso. A extração de recursos de grana, negócios também é mais intenso. Neste ano, como é eleitoral, a gente vê uma grande movimentação na direção da obtenção de poder político”, explicou o sociólogo José Cláudio Souza.
Hoje, a estimativa é de que a milícia domine mais territórios do que o tráfico de drogas no Rio e Região Metropolitana.
“Se nós formos reunir todos os territórios dominados pelo crime organizado, a milícia já ocupa quase 2/3, mais de 60% dos territórios que estão nas mãos do crime organizado no Rio de Janeiro”, disse José Ricardo Bandeira, especialista segurança pública.
