Terremoto que matou 50 mil pode ser decisivo contra Erdogan na eleição turca

Hegemonia do atual presidente, Recep Tayyip Erdogan, está em risco, pois o rival está com ligeira vantagem nas pesquisas

Por Yan Boechat

Cerca de 60 milhões de pessoas vão às urnas, no próximo domingo (14), na mais importante eleição presidencial da história da Turquia. O terremoto que deixou mais de 50 mil mortos, há três meses, pode ter papel decisivo nas urnas. O atual presidente está atrás nas pesquisas. A vantagem da oposição na liderança é ligeira, mas incômoda.

A reportagem foi ao ar no Jornal da Band deste sábado (13), com a assinatura do repórter Yan Boechat, enviado especial da Band à Turquia.

Meses depois do terremoto que matou mais de 50 mil pessoas, cenas de prédios condenados, de milhares de pessoas sob tendas improvisadas, em acampamentos como se fossem refugiados no próprio país, ainda são comuns na Turquia.

Foi após o terremoto de 1999, responsável pela morte de quase 20 mil em Istanbul, que o atual presidente turco Recep Tayyip Erdogan emergiu como liderança política renovadora na Turquia. Passados 24 anos, a história se repete, com parte da população frustrada com o governo após uma nova tragédia.

“Eles demoraram mais de três dias para chegar até aqui. Muitas pessoas morreram sob os escombros porque o governo demorou muito a dar uma resposta”, disse uma cidadã turca entrevistada por Boechat.

A oposição turca liderada por Kemal Kilicdaroglu aposta na raiva e na frustração dos turcos para vencer as eleições de amanhã. Por outro lado, mesmo com todo o impacto do terremoto, da crise econômica e dos milhões de refugiados no país, Erdogan ainda conta com uma base de apoio sólida após duas décadas no poder.

“Erdogan é um bom presidente. Não é verdade que ele nos abandonou e ele tem sido um governante correto”, comentou uma apoiadora de Erdogan.

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