Por trás de um computador ou celular, o anonimato parecia garantia de impunidade, mas só parece. Perfis falsos usados para cyberbullying e outros crimes virtuais agora podem ser identificados com a ajuda da tecnologia, com base na análise de registros das conexões, a polícia rastreia a localização e o dispositivo usado pelo bandido.
Pablo Sartori, subsecretário de inteligência da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, explica como a investigação ocorre. "Fazemos o caminho inverso do crime. Uma vez que o crime é praticado, saindo do autor até a vítima, nós fazemos o caminho de retorno até chegar ao autor. Em regra, na casa do autor", diz e completa:
"Analisamos as conexões, as ligações de internet que ele usa, as assinaturas que tem nos perfis, tudo isso é utilizado pela polícia", indica o subsecretário. No Rio de Janeiro, a delegacia especializada em crimes cibernéticos tem em uma média de oito casos solucionados a cada 10 reportados, com a prisão dos autores.
Apesar dos esforços, os criminosos usam artifícios para dificultar o rastreamento, como a distância. Mais de 90% dos estelionatos on-line são feitos por criminosos de estados diferentes das vítimas. Mas a comunicação entre as polícias agora passa com facilidade pelo obstáculo.
"Quem acha que está sentado lá na cama e vai cometer uma injúria racial contra uma pessoa ou uma ofensa, mesmo que seja qualquer questão política, ou esporte contra alguém, pode esperar que a polícia não demora, vai bater na porta da casa dela e ela vai responder", indica Pablo Sartori.