Um vídeo, no aeroporto de Cabul, mostra a tensão e o drama dos afegãos após a volta do Talibã ao poder após 20 anos de domínio americano.
Mães e pais tentam passar crianças por cima da cerca para soldados britânicos que faziam a patrulha do local (assista acima).
Uma criança passa de mão em mão até chegar aos soldados. Os pais preferem nunca mais ver o filhos do que criá-los sob o regime do grupo extremista.
Talibã reprime protestos; ao menos 3 civis morrem
Não durou um dia a promessa do Talibã de moderação. O grupo radical abriu fogo contra manifestantes na cidade de Jalalabad, que fica a 150 quilômetros da capital Cabul. Três pessoas morreram e mais de 10 ficaram feridas.
A população estava na rua para protestar contra a decisão do grupo de mudar a bandeira do Afeganistão. A tradicional preta, vermelha e verde deu lugar a uma branca, com letras em árabe que significam um dos cinco juramentos do islã. O Talibã governa sob os preceitos de uma interpretação radical do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos.
Mulheres, por exemplo, já estão perdendo o pouco de liberdade que conquistaram em 20 anos de ocupação militar americana. Essa apresentadora de uma televisão do país contou que chegou pra trabalhar e foi impedida. Um soldado do grupo extremista disse: “O regime agora mudou, vai para casa", relatou.
A comunidade internacional acompanha atenta e preocupada os desdobramentos no Afeganistão. No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que o Talibã será cobrado por suas ações e não por palavras. O governo britânico anunciou também que vai receber 20 mil afegãos nos próximos sete anos.
Milhares de afegãos querem fugir. O problema é que as ruas de Cabul são controladas pelo Talibã. Um vídeo mostra um homem atirando pra cima pra dispersar a multidão que ainda tenta desesperadamente entrar no aeroporto.
Nos primeiro dias de poder, o grupo já precisa lidar com os principais desafios que deve enfrentar daqui pra frente: rejeição internacional, economia enfraquecida e insatisfação popular.