O Supremo Tribunal Federal mandou prender o ex-secretário de segurança e o ex-comandante da PM do Distrito Federal. Eles são acusados de sabotar o esquema de segurança que culminou com os ataques terroristas no fim de semana em Brasília.
Os mandados de prisão foram expedidos à tarde pelo ministro Alexandre de Moraes. Primeiro, do ex-comandante da PM do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira. Minutos depois, foi divulgada a ordem para prender o ex-ministro da Justiça e secretário demitido do Distrito Federal, Anderson Torres. Delegado da polícia federal, ele está nos Estados Unidos com a família.
Desde os atos terroristas de domingo (8), foram detidas cerca de 1,5 mil pessoas. Elas estão acomodadas em um ginásio da Polícia Federal.
Nesta terça-feira, por razões humanitárias, 599 foram liberados, entre idosos, mulheres que estavam com crianças e pessoas com comorbidade. Todos foram identificados e vão responder a processo em liberdade. Outras 527 pessoas vão continuar presas.
A maioria já foi transferida para o presídio da Papuda, onde ficam os homens e para a penitenciária chamada colmeia, no caso das mulheres. Vão responder por crimes como tentativa de golpe de estado, com pena prevista de 4 a 12 anos de prisão
Segundo a PF, os procedimentos são acompanhados pela OAB, Secretaria de Saúde do DF e a defensoria pública da União. Os detidos recebem café da manhã, almoço, lanche e jantar e têm atendimento médico quando necessário.
As prisões temporárias e preventivas foram autorizadas por Alexandre de Moraes. Ele participou da posse do novo diretor-geral da PF, o delegado Andrei Rodrigues.
“Não achem, esses terroristas, que até domingo faziam baderna e crimes, e agora reclamam porque estão presos, querendo que a prisão seja uma colônia de férias, não achem que as instituições irão fraquejar. O poder judiciário, o Supremo Tribunal Federal, e tenho absoluta certeza, com apoio dentro da legalidade, dentro da constituição, da Polícia Federal, as instituições irão punir todos os responsáveis”, disse.
Aras pede abertura de inquérito
As investigações já confirmaram que os ataques foram financiados. A polícia federal identificou grupos por trás das ações que atuam em pelo menos dez estados, entre eles empresários do setor de transportes. Os nomes dos envolvidos ainda não foram divulgados.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o interventor federal, Ricardo Cappeli, disse que as autoridades locais repassaram informações falsas ao governo e acusou o ex-secretário de segurança pública do DF, e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, de sabotagem.
Os poderes também contabilizam os prejuízos dos atos de vandalismo. Só no congresso, a estimativa é de pelo menos R$ 7 milhões. A perícia de especialistas em arte está em andamento.