O presidente Bolsonaro esteve em Uberlândia, no sul de Minas, nesta terça-feira (31), onde voltou a falar das manifestações marcadas para o dia 7 de setembro.
“As oportunidades aparecem. Nunca outra oportunidade para o povo brasileiro foi tão importante ou será tão importante quanto esse nosso próximo 7 de setembro”, disse o presidente durante discurso de inauguração de uma represa, para a qual foi a cavalo.
O discurso também deu margem a interpretações quando o presidente falou em "tomar certas medidas".
“Muitos querem que eu tome certas medidas. Eu acredito, creio que nós vamos mudar o destino do Brasil e tenho a certeza, dentro das quatro linhas da nossa Constituição. Não será levantando uma espada para cima e proclamando algumas palavras”, discursou.
Bolsonaro ainda participou de um passeio de moto em Uberlândia.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o ex-presidente Michel Temer voltou a defender o diálogo como saída da crise.
“Se nós passarmos incólumes no 7 de setembro, eu acho que por tudo que tem se falado, né, teremos um outro período mais fértil, talvez mais tranquilo, depois do 7 de setembro”, afirmou.
Auxiliares de Bolsonaro afirmam que o presidente ficou irritado ao saber que a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson foi mantida pelo STF. O político é um aliado do governo e está preso desde o dia 13 de agosto. A decisão foi do ministro Alexandre de Moraes, alvo frequente das críticas do presidente.
A crise entre os poderes preocupa o setor produtivo. Na última segunda (30), sete associações ligadas à agroindústria divulgaram um manifesto em defesa da harmonia entre os poderes, para não prejudicar a economia. Outro manifesto organizado pela Fiesp, com participação da Febraban, teve a divulgação adiada para depois do 7 de setembro. Um dos motivos foi a pressão de bancos públicos. A queixa é de que houve até a sinalização de dificuldades futuras para negócios com o governo. Caixa e Banco do Brasil ameaçam deixar a Febraban se o documento for publicado.
Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, defendeu o direito de manifestação dos empresários.
"Essas manifestações são sempre muito bem-vindas. Obviamente, preservando o que é uma lógica, a lógica da obediência à Constituição, respeito aos poderes constituídos, respeito às instituições do país e de algo que é inegociável, que é a democracia do país”, afirmou o senador.