Série Especial: Tambores da Bahia ajudam a contar a história do Brasil

Especial da Band dos 200 anos da Independência do Brasil mostra como os tambores ajudam a contar a história do Brasil e do povo baiano.

Sérgio Gabriel

Os tambores da Bahia ajudam a contar a história do Brasil e a história do povo baiano.

No final do século 18, uma revolta popular nas ruas de Salvador queria liberdade e igualdade. O especial da Band dos 200 anos da Independência do Brasil mostra como os tambores ajudam a contar a história do Brasil e do povo baiano.

É difícil encontrar hoje nas ruas de Salvador pistas dos líderes da Conjuração Baiana, um movimento popular que queria a Independência da Bahia e instalar os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa.

“Houve uma punição daquelas assim rigorosas e cruéis do posto de vista religioso. Eles tiveram suas famílias amaldiçoadas por três gerações seguidas. Isso é tão profundo para a época que hoje você não encontra nenhum descendente direito desses quatro que foram enforcados e esquartejados”, explicou Zulu Araújo, que é presidente da Fundação Pedro Calmon.

Para propagar a revolta, João de Deus, um dos quatro condenados à morte pela Conjuração Baiana gostava de se vestir de francês. Ele usava seus dotes de alfaiate para se vestir com as roupas da revolução.

A Conjuração Baia tinha uma bandeia que trazia em latim a frase “Apareça, não se esconda”. Se o alfaiate João de Deus vestia a roupa da mudança, outra líder da revolta, um soldado, fazia da música uma ferramenta para espalhar a revolta.

Como acontecia dois séculos atrás nas mesmas ladeiras do Pelourinho, o Olodum faz hoje da música um instrumento para relembrar a conjuração Baiana.

“Amplifica a sonoridade desses personagens. Todo mundo cantou isso e as pessoas internalizam. Fala do bairro, de João de Deus e da Revolta dos Búzios. Foi ficando e já não é mais um assunto estranho como era quando nós tivemos acesso aos livros escolares”, disse João Jorge, presidente do Olodum.

Em 1798, uma das grandes tarefas era levar a mensagem para todos. Os boletins colados nos muros eram lidos em voz alta para que o conteúdo chegasse a quem não sabia ler. 

Já a elite insatisfeita conspirava na casa dos intelectuais que possuíam livros contrabandeados da Europa.

Ameaçadas, as autoridades decidiram instalar uma grande investigação. Mas foi a delação de três pessoas convidadas a fazer parte da Conjuração que deu aos portugueses a chance de aplicar o golpe definitivo.

Os traidores informaram onde e quando seria o levante. A ideia era reuniu centenas de pessoas no dique do desterro, o atual dique do Tororó e tomar a cidade de Salvador.

Mas as tropas cercaram a área e preparam uma armadilha. Os revoltosos perceberam a movimentação e apenas um pequeno grupo apareceu no dique. Pouco adiantou. Na manhã seguinte, com base nas delações, começaram as prisões. Cerca de 40 pessoas foram detidas e o destino delas traçado.

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