Quadrilha do Pix: quatro sequestradores são presos do Rio de Janeiro

Bando obrigava vítimas a fazerem transferências e empréstimos bancários de valores altos

Nicole Timm

1º de julho, 13h40: a vítima, que havia marcado um encontro com uma suposta cliente para fazer um orçamento, aguarda por ela nesta rua. A mulher não aparece e diz a ele que quem vai encontrá-lo é o irmão dela. Na sequência, dois criminosos armados entram na rua e fazem a abordagem. Eles pedem o celular e a chave do carro dele. Depois, obrigam a vítima a seguir com eles dentro de outro veículo.

“Taparam meu rosto com a minha máscara e desligaram a localização do meu celular. Eles ficavam sempre com ameaça, se sair do carro a gente vai te matar, falaram que na semana anterior alguém tentou ser engraçadinho e tiveram que matar. Ficavam encostando a arma em mim. Na hora é um medo, uma impotência, não tinha o que fazer. Só podia tentar colaborar para poder sair dali vivo. O medo de fazer qualquer coisa errada, de eles interpretarem errado”, conta.

O bando obrigava a vítima a fazer transferências de dinheiro pelo Pix e empréstimos de valores altos. No caminho, ainda recolhiam os pertences dela e cartões de banco. Depois, levavam a pessoa até o Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, onde ligavam para familiares e exigiam dinheiro para o resgate.

Além deste sequestro, a polícia conseguiu identificar pelo menos outros dois casos e passou a monitorar o grupo. E na quarta-feira, 7, agentes da delegacia antissequestro conseguiram impedir mais uma abordagem. Três suspeitos foram presos: Marlon Rodrigues, Rivamar Ribeiro de Oliveira Junior e Fabricio Santos. Um quarto integrante do grupo, Luan Baptista de Souza, acabou sendo baleado na perna e também foi detido.

“Estamos analisando para ver se existe mais alguém ainda que esteja ligado a esse pessoal. E, se tiver, nos próximos dias com certeza essas pessoas serão presas. É importante que todas as pessoas que viveram essa situação procurem a delegacia antissequestro e informem o ocorrido para que possam fazer um reconhecimento e fazer com que esses criminosos respondam”, alerta Claudio Góis, delegado titular da Delegacia Antissequestro. 

Para quem sentiu na pele o terror dos criminosos, ainda é difícil lidar com o trauma. “Eu ainda estou com medo. Toda hora que saio na rua fico desconfiado. Tenho medo que possam tentar descobrir aonde eu moro”, conta uma das vítimas.

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