Senado só teve 1ª senadora após 150 anos: “Sem banheiro feminino no plenário”

Eunice Michiles fez parte da história do Senado ao se tornar, depois de 150 anos, a primeira senadora do Brasil

Por Lana Canepa

Hoje, quem vê o Senado de pé, após resistir a tantos ataques ao longo da história, aprende a respeitar o processo democrático. Na Casa legislativa, passaram leis que mudaram costumes e derrubaram barreiras e preconceitos, a exemplo da Lei do Divórcio.

Em 1977, uma emenda constitucional permitiu que desquitados pudessem se casar novamente, e os filhos desses matrimônios passaram a ser considerados legítimos.

Atuação feminina

Foi na década de 1970, depois de 150 anos, que o Senado abriu as portas para que uma mulher passasse a exercer um mandato. Eunice Michiles era suplente de um senador do Amazonas que faleceu. Quando ela chegou, o plenário da Casa nem tinha banheiro feminino.

“Não tinha. Eram só homens, só banheiro de homens. Eu me lembro de algumas vezes em que tive que discutir na tribuna para mostrar que era necessidade. Não era uma brincadeirinha”, relembrou Eunice.

Atualmente, muita coisa mudou. A representação feminina ainda é pequena, 15%, apesar de as mulheres serem 50% do eleitorado.

Respostas para a sociedade

Ilana Trombka é uma espécie de prefeita do Senado há quase10 anos. Nesse período, viu muitas leis passarem. Para a servidora, o Legislativo tem que dar respostas para sociedade do presente e do futuro.

“A gente está trabalhando com inteligência artificial. O Tribunal Superior Eleitoral regulamentou para a eleição, que já é em outubro, mas a gente está discutindo a inteligência artificial, que é algo que veio para ficar e precisa ser compreendida. Precisa ser debatida e, às vezes, regulada”, analisou Trombka.

Relação com os poderes

A discussão atual também passa pela reafirmação do papel do Senado. É com diálogo que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD), quer evitar o conflito com outros poderes, comum em tempos recentes.

“Ha uma estratégia muito bem montada pela Constituição Federal. Basta cada poder e cada instituição observar a Constituição, cumprir o seu papel, respeitar o papel do outro, que, evidentemente, nenhum conflito vai perdurar e abalar nossa democracia e nossa República”, analisou Pacheco.

Nos ataques do 8 de janeiro, o Senado teve o plenário invadido e destruído. Os destroços foram transformados em uma obra do artista plástico Vick Muniz. A peça, agora, está no acervo da Casa.

Outras reportagens da série

O Jornal da Band exibiu outras duas reportagens que compõe a série espeicla sobre os 200 anos do Senado brasileiro. Os conteúdos contam como foi a mudança da sede para Brasília e decisões importantes para fortalecer a democracia do país.

Inauguração do Senado após processo de independência

Implicações históricas com a mudança da sede do Senado

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