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Selic a 10,50% desagrada governo, que avalia não ter motivo para frear economia

Banco Central manteve a taxa básica de juros, parando com uma série de cortes consecutivos

Por Caiã Messina

A decisão desta quarta-feira (19) do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 10,50% desagradou o governo, já que a avaliação interna é que não há motivo para frear a economia, principalmente pela inflação estar abaixo de 4,5%.

Quando a Selic está alta, é mais difícil para empresas e consumidores, já que o crédito fica mais caro. Ou seja: a taxa acaba servindo para frear a economia, com impactos na geração de emprego e no PIB. A necessidade de queda nos juros é consenso no governo e entre a maioria dos empresários, já que poderia dar fôlego ao PIB. 

Já a lição de casa cobrada do Planalto pelos investidores não foi feita: cortar gastos para manter as contas públicas em dia. Também nesta quarta, o presidente Lula teve reuniões com a equipe econômica. 

Uma das propostas apresentadas foi de modificar o sistema de previdência dos militares, além de acabar com os supersalários do serviço público dos civis. Mas, a sinalização é que Lula não cogita mexer nestes temas neste ano. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, insistiu em um pente-fino nesta área, no INSS e no Bolsa Família. A estimativa é que fraudes no sistema custam mais de R$ 10 bilhões ao ano para os cofres públicos. 

No Congresso, o presidente da Casa finaliza um pacote para tentar aumentar a arrecadação. Rodrigo Pacheco, do Senado, pretende propor um refis para multas aplicadas por agências reguladoras. Uma nova rodada de repatriação de recursos no exterior, atualização do valor de bens do imposto de renda e a regulamentação de jogos de azar no Brasil. 

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